Como está a sua capacidade de dialogar?
Quase nunca dialogamos sobre pontos de vista diferentes sem criar uma discussão. Vamos tentar fazer diferente?
Estamos passando por períodos turbulentos. Posição política virou declaração de guerra, um post mal pensado nas redes sociais pode virar um cancelamento, isso só para citar alguns exemplos. Muita gente está preferindo não opinar sobre nada para manter sua paz. As pessoas, de maneira geral, estão sem paciência, estressadas, apressadas... claro que isso é compreensível. Saímos de uma pandemia mundial, entramos em um período econômico complexo e em uma conjuntura política marcada por disputa de lados, tipo torcida de futebol, e brigas, muitas brigas.
Ontem li um pensamento, no Instagram, que me fez refletir sobre a nossa capacidade de dialogar. Ela anda sofrível, não é mesmo? O texto dizia o seguinte: “Um dos meus objetivos para 2023 é melhorar minha capacidade de dialogar… chegar em acordos claros e objetivos com as pessoas. Sem lacração, porque lacrar não resolve. Lacrar irrita e não explica. Ninguém ‘ganha um argumento’, é uma ilusão... mostrar que o outro é imbecil, só diminui a nossa ínfima possibilidade de ser escutado... cria barreiras e aumenta a treta. O papo vira um beach tennis eterno de respostinhas. Lacrar dá uma falsa impressão de vitória, típica da nossa vida de redes sociais, ganhamos curtidas e coraçõezinhos... maaaas, na prática, morremos afogados abraçados nas ‘nossas opiniões’”. (Rodrigo Durand Despirite)
Eu não poderia concordar mais. Dale Carnegie disse em seu fantástico livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” que a única forma de vencer uma discussão é evitá-la. Se você “perder”, ficará ressentido e se você “ganhar”, certamente não terá ganhado um amigo.
O psicólogo americano Carl Rogers escreveu em seu livro “Tornar-se Pessoa” que nossa primeira reação à maioria das afirmações (que ouvimos as outras pessoas fazerem) é uma avaliação ou um julgamento, mas não uma compreensão delas. “Quando alguém expressa sentimentos, atitudes ou crenças, nossa tendência é quase imediatamente sentir que 'isto é certo', 'isto é tolice', 'isto é anormal', 'isto é insensato', 'isto é incorreto', 'isto não é bom'. Raramente, e muito raramente, permitimo-nos compreender precisamente o que significam as afirmações de outra pessoa”.
Por isso, praticamente nunca conseguimos dialogar sobre pontos de vista diferentes sem criar uma discussão. Não tentamos entender porque motivo a outra pessoa pensa assim, suas dores, suas vivências, já queremos julgar e tratar o outro como imbecil e nos colocar na confortável poltrona reservada aos donos da verdade.
Como eu sempre digo aqui nesta coluna, uma boa imagem é construída por meio de bases sólidas de comunicação, comportamento e aparência. Se não conseguirmos dialogar com o outro e verdadeiramente escutar e compreender seu ponto de vista, sem tentar demonstrar que ele está errado, não estamos conseguindo nos comportar e nos comunicar de maneira eficiente.
O famoso magnata estadunidense Henry Ford disse, com propriedade, “Se há algum segredo do sucesso, ele consiste na habilidade de apreender o ponto de vista da outra pessoa e ver as coisas tão bem pelo ângulo dela como pelo seu”. Com certeza dialogar mais e melhor é uma das minhas metas para este ano. Poderia ser uma das suas também!
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga-me no Instagram @vistavoce_.
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