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Em Pauta

A ciência confirma: número muito limitado de amigos

Mário Sérgio Lorenzetto | 11/08/2018 09:30
A ciência confirma: número muito limitado de amigos

Três físicos, um sociólogo e um antropólogo entram em uma escola. Apresentam quatro perguntas para os alunos: A quem contaria teus problemas? Quem não queria que fossem embora do colégio? Com quem almoçaria? Com quem gostaria de trabalhar?
As respostas se enchem com nomes de jovens que os quatro cientistas transformam em números. A única coisa que os cientistas necessitaram foram os nomes dos amigos de cada jovem. Eles organizam o "Número Dunbar".

A ciência confirma: número muito limitado de amigos
A ciência confirma: número muito limitado de amigos

A amizade explicada pela ciência.

Pela primeira vez uma teoria matemática é capaz de predizer um fenômeno social. É óbvio que se não têm amigo, algo está errado. Também é raro encontrar alguém que diga que têm 30 superamigos. Os que de verdade são íntimos, necessitam de mais tempo de dedicação e de mais espaço no "disco duro" de teu cérebro - ha necessidade de lembrar se um gosta mais de verduras ou de carne, qual o tempo que dedicam ao trabalho e à diversão, quantos irmãos ou irmãs têm... Os superamigos necessitam de uma grande gama de informações em tua memória. O lógico é que tenha mais nomes na lista de conhecidos do que no teu núcleo duro de amizades. E assim surgem teus círculos de amigos, mais numerosos conforme se distanciam do núcleo duro de amizades. Diminuto no grupo de superamigos. Tudo isto é bastante óbvio. O que é novidade é que exista uma teoria matemática e cerebral que explique porque agimos dessa maneira com as "amizades". Da mesma maneira que é óbvio que a água em determinada temperatura se converte em vapor, mas a ciência explica porque isso acontece. É possível medir as amizades pela ciência. Os humanos sempre estruturam suas amizades seguindo um padrão.

A ciência confirma: número muito limitado de amigos

O mínimo é 3 amigos.

O número máximo de "amigos" que conseguimos gestionar é de 150. Essa ideia já havia sido mostrada por Robin Dunbar nos anos 90. Mas a estrutura de como organizamos nossas amizades é dinâmica. Se tem três melhores amigos e um deles vai viver fora, sobra um buraco em teu cérebro. O cérebro detecta essa falta e diz: "têm espaço livre". Assim, procurará preencher esse buraco, na primeira camada de Dunbar, entre os próximos 15. Lembrem-se das aulas de química: nos comportamos como se fôssemos átomos e tivéssemos elétrons-amigos, que saltam de uma camada para outra.

A ciência confirma: número muito limitado de amigos

A física de uma ilha deserta.

Os cientistas puseram à prova seu modelo com um entorno diferente. O que aconteceria se o número de amizades está limitado por questões física - como uma ilha deserta - ou linguísticas? O modelo matemático resistiria a essa prova? Foram a comunidades fechadas de imigrantes. Os círculos de amizades saíram invertidos. Todos eram amigos íntimos de todos - até 50 - e a lista de conhecidos era insignificante. Se tens limitada o número de tuas relações, o normal é que elas sejam fortes. Estava comprovada a teoria matemática de amizades, os círculos de Dunbar foram checados.

A ciência confirma: número muito limitado de amigos

Os amigos do Facebook.

Se nosso tempo e nossa inteligência nos permite termos um número muito limitado de amigos, o que essa experiência têm a dizer sobre aqueles que têm 500 amigos de Facebook? As redes sociais permitem que tenhamos mais amizades, mas são relações superficiais porque lhes dedicamos menos esforços. O Facebook se encarrega de recordamos algumas coisas de nosso amigos, como o dia de seu aniversário. Os testes dos cientistas mostrou que com a liberação de armazenamento em nosso disco duro cerebral, podemos ampliar até 220 relações, mas, observem, são apenas relações. Ou como os cientistas apelidaram "amigos de enchimento".

A ciência confirma: número muito limitado de amigos

Inimigos também são poucos.

Dissemos que os cientistas fizeram apenas quatro perguntas na escola. Não lhes contei da segunda parte. Elaboraram mais duas questões sobre inimigos. Os resultados são fascinantes. Tal como nossos amigos, organizamos os inimigos em círculos de Dunbar. Quer dizer, temos alguns poucos arqui-inimigos e uma grande quantidade de pessoas que "não nos cai bem".

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