Nova pesquisa permite aumentar colheita em 47%
Uma nova pesquisa realizada em conjunto pela universidade britânica de Essex e o Departamento de Agricultura dos EUA produziu um "milagre", aumentou a colheita em até 47%. Os cientistas escolheram a planta do tabaco para a pesquisa por ter um ciclo de vida curto, produzir muitas sementes e ter um dossel - a parte de cima de uma planta - muito frondoso. Detectaram que as plantas vem cometendo um erro há bilhões de anos. Para elas, o oxigênio é muito semelhante ao CO2. Todos sabemos que uma planta qualquer deve captar CO2 do ar para realizar a fotossíntese e assim, desenvolver. Todavia, algo como até 20% dos processos químicos das plantas erram e captam oxigênio do ar. Esse erro custa caro, produz elementos tóxicos para as plantas. Em vez de produzir açúcares e energia, produz glicolato e amônia, impedindo que cresçam. Para lidar com esse problema, as plantas desenvolveram um processo caro em energia, chamado fotorrespiração, que recicla esses compostos tóxicos. Mas a reciclagem de toxinas requer tanta energia que a planta termina produzindo bem menos alimentos, algo próximo da metade.
Matar a fome de 200 milhões de pessoas.
O cálculo feito pelos cientistas é assustador. Os tóxicos nas plantas reduzem o rendimento das colheitas nos custando 148 trilhões de calorias por ano. Esse cálculo é válido somando apenas o desperdício no trigo e na soja. São calorias suficientes para alimentar 200 milhões de pessoas adicionais durante um ano inteiro. E o futuro promete muita fome no mundo. Segundo a ONU, será necessário aumentar a produção de alimentos entre 25% e 70% para existir uma oferta adequada de alimentos em 2050.
O projeto para aumentar a eficiência da fotossíntese.
"RIPE" é seu nome. Significa "Realizing Increased Photosynthetic Efficiency", aumentar a eficiência da fotossíntese. Dois terços das calorias que consumimos todos os dias vem de apenas quatro culturas: arroz, trigo, soja e milho. Destes, o arroz,o trigo e a soja são prejudicados pela falha fotossintética. A enzima que captura o CO2 da atmosfera, chamada Rubisco, capta oxigênio em pelo menos uma de cada cinco reações químicas. Uma das tentativas de resolver o problema é através da modificação genética, tanto usando a técnica CRISPR ou as mais tradicionais. Outra estratégia, é modificar a fotorrespiração e acelerar a reciclagem. Todavia, ainda que essas pesquisas tenham o mais absoluto sucesso - a pesquisa do tabaco alcançou total sucesso - ainda deixarão as perdas na agricultura, devido à falha fotossintética na casa dos 18%. O patamar de aumento da colheita em 47% é o maior obtido. Ainda não conseguiram ultrapassar os 50% almejados.
O tabaco modificado geneticamente está para ser aprovado pela FDA, a agência que aprova os medicamentos e alimentos nos EUA. Todavia, com a crise entre Trump e o Congresso, a verba destinada para a aprovação da pesquisa não foi liberada. O próximo passo dos cientistas é pesquisar a soja, o feijão e a mandioca, os principais alimentos básicos no mundo.