O mistério da vacina russa. Anvisa segue desaprovando a Sputnik V
Das 400 mil notificações de efeitos adversos de alguma vacina no mundo, a Anvisa estudou e afirma que mais de 300 mil foram da Sputnik V. Também afirma que dos 62 países que a imprensa vem noticiando como usuários da vacina russa, nem a metade deles está vacinando com esse imunizante. O extenso relatório da Anvisa, apresentado na noite passada, joga por terra a esperança do Brasil importar essa vacina.
Grave: Anvisa suspeita que o vírus da Sputnik V replica no corpo.
A questão mais grave levantada pelos técnicos da Anvisa diz que há suspeitas de que o adenovírus, usado como "meio de transporte" da proteína que ensinará nosso corpo combater o coronavírus, está replicando depois da vacinação. Esse "meio de transporte", obrigatoriamente, não pode se replicar, tem de permanecer "imobilizado" depois de levar a proteína que ensina nossas células a se defenderem o vírus. A Anvisa argumenta que ninguém sabe qual é o efeito que essa replicação pode ocasionar.
Levaram porta na cara.
A Anvisa enviou alguns técnicos a Moscou após acertos com a Embaixada Russa. Todavia, uma vez na capital russa, a Gamaleya, empresa que produz a vacina, não permitiu a entrada dos brasileiros. Levaram a porta na cara. Gastaram recursos financeiros e pessoal sem resultado algum. Portanto, a Anvisa não conseguiu dar o passo inicial - visita técnica à fábrica - para a liberação da Sputnik V.
A EMA está em Moscou.
A Agência Europeia de Medicamento (EMA) está, nesta data realizando a visita técnica que foi negada aos brasileiros. Todavia, tal como a agência brasileira, mantém a afirmação de que faltam relatórios para a rápida aprovação da Sputnik V, como desejam dezenas de países europeus. É um verdadeiro mistério. A Gamaleya não libera os documentos necessários para liberar sua vacina. Nenhum país do mundo, diz a Anvisa, conhece relatórios técnicos que permitam usar esse imunizante com tranquilidade. Ainda que milhões de pessoas tenham recebido a Sputnik V, o mistério para aprová-la, continua