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Em Pauta

Pequenas escolas sul-mato-grossenses mostram o caminho para Brasil que não lê

Mário Sérgio Lorenzetto | 21/10/2014 09:02
Pequenas escolas sul-mato-grossenses mostram o caminho para Brasil que não lê

Há um imenso Brasil que não lê

A economia do livro brasileiro vai muito bem. O país produziu em 2013 mais de 62 mil títulos novos, em um total de 467 milhões de exemplares, faturando mais de R$5 bilhões. Mas, a produção cada vez mais profissionalizada e de alto nível não encontra ressonância em sua distribuição no vasto território nacional. O país, cada vez mais, ressente-se de um número ínfimo de livrarias - 60% encontram-se na região Sudeste. E quem segura essa monumental produção livresca é o governo federal, que é o maior comprador da indústria editorial brasileira. Em 2013, foram adquiridos 200 milhões de exemplares com investimento de quase R$1,5 bilhão.

À primeira vista, esse quadro poderia demonstrar que o desenvolvimento da capacidade leitora no país caminha para uma superação. Mas não é assim. Nos últimos dez anos, o ensino universalizou-se, há o acesso crescente à escola, mas temos de obter ganhos de qualidade do ensino.

No Brasil que não lê, o índice mais crítico é a persistência de 25% apenas de leitores plenos. Apenas um em cada quatro brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática.

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Pequenas escolas do Interior sinalizam rumo da educação

E são esses dados que aplaudem a exuberância de pequenas escolas pertencentes a pequenos municípios do Mato Grosso do Sul, que foram bem avaliadas (pelo Ministério da Educação) exatamente nesses critérios: português e matemática. São essas pequenas escolas que mostram o verdadeiro rumo a ser seguido pelo ensino em nosso Estado: a dedicação dos professores, com a energia dos alunos e o acompanhamento paterno. As exemplares escolas são: Escola Pingo de Gente, de Nova Andradina; Escola Joaquim Faustino Rosa, de Costa Rica; e a Escola Nosso Sonho, de Paraíso das Águas

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O povo do texto, a geração texting

O brasileiro é o povo que passa mais tempo online. Segundo uma pesquisa da Telefônica, que entrevistou 12.171 jovens entre 18 e 30 anos, em 27 países, o brasileiro fica ligado aproximadamente sete horas por dia, uma hora a mais que a média mundial. Essa conexão toda significa muitas conversas por escrito - em e-mails, WhatsApp, SMS e vários comunicadores instantâneos.

Profissionais com menos de 30 anos, que cresceram habituados ao conforto de se comunicar por aparelhos, têm trazido um novo problema para o trabalho - a relutância e a dificuldade de falar pessoalmente. Eles não têm facilidade para resolver conflitos e definir pontos de vista. Em uma conversa cara a cara, não podem editar o que dizem. Esses jovens estão sendo chamados de geração texting, ou o povo do texto, e está se tornando um problema, prejudicando a carreira de muita gente.

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Vício comportamental atinge os mais velhos

Com a geração texting, há um óbvio declínio no nível do português, com abusos de abreviações e gírias de internet. A dificuldade em se desligar dos meios digitais vai além da linguagem: vários jovens passam a restringir ao mundo virtual toda forma de comunicação com os colegas, amigos, familiares e chefes. Chegamos ao ponto de 71% das pessoas entre 13 e 21 anos preferirem enviar mensagens em vez de realizar ligações para se comunicar.

Outro levantamento, com usuários entre 14 e 21 anos, apontou que 36% deles acham mais fácil falar sobre si mesmos por mensagens de texto ou e-mail do que pessoalmente. A sociabilidade através desses meios é tão grande que 78% dos jovens preferem até mesmo namorar por meio de aplicativos de mensagens instantâneas. Está virando um vício comportamental. E apesar das pesquisas trabalharem apenas com os muito jovens, as faixas etárias que aderiram a esse comportamento é muito mais ampla, os mais velhos também estão viciando.

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Horário de verão pode ser potencializado

O pessoal que trabalha com energia elétrica no Mato Grosso do Sul está rindo à toa com o início do horário de verão, no sábado passado, quando os relógios foram adiantados uma hora e os dias ficaram mais longos. Pela primeira vez na história, o Estado registrou demanda superior a 1.000 megawatts, em 14 de outubro, às 14 horas. A demanda de energia é um registro do nível de atividades do Estado e seu crescimento revela as necessidades de ar condicionado para enfrentar as altas temperaturas e baixa umidade registradas nos últimos dias. Por outro lado, e aí está o motivo de tanta alegria, a própria Enersul prevê redução de 5% na demanda com o horário de verão e seus 126 dias de uma hora diária a mais de luz natural. A expectativa é que a demanda nos horários de pico, das 18h às 21h, gere economia diária de 40 megawatts/hora.

Daí, vai uma lição aos empreendedores e construtores, principalmente numa cidade como Campo Grande, onde a construção de casas e apartamentos não para de crescer: a economia de energia elétrica obtida com os dias mais longos será muito maior que a atual, quando construtores passarem a respeitar princípios lógicos da arquitetura ecológica, com o aproveitamento de telhados translúcidos, mais vidros nas paredes e materiais térmicos que mantenham a temperatura agradável no interior das edificações, levando cada vez menos ao uso do ar condicionado. Este ano, em todo o país, a economia prevista de R$ 278 milhões na geração de energia térmica, segundo o Ministério das Minas e Energia, deverá ser menor que a do horário de verão anterior, quando chegou a R$ 405 milhões.

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Brasileiros leiloam capacitação

Os brasileiros são os profissionais que mais recusam propostas de trabalho e também são os que mais leiloam sua capacidade. Foi o que revelou uma pesquisa da empresa de recrutamento Robert Half, realizada em oito países. O dado é confirmado por um levantamento, da consultoria Page Personnel, segundo o qual um em cada quatro candidatos brasileiros rejeita propostas de emprego em processos seletivos. Os profissionais que mais dizem "não" e melhor negociam são os analistas e coordenadores das áreas de tecnologia da informação, finanças e engenharia, cujos salários variam entre R$ 4 mil e R$ 8 mil.

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O que está por trás da recusa?

Por trás da atitude mais seletiva dos brasileiros, está o quadro de escassez de mão de obra qualificada e de pleno emprego - realidade há alguns anos. Hoje, é o profissional quem escolhe o trabalho. O mercado tem pressa e prefere contratar alguém já pronto, o que aumenta o assédio sobre os profissionais mais qualificados. A prática que está se tornando comum nas empresas brasileiras, a fim de não perder seu pessoal para os concorrentes, é a da contraproposta. De acordo com o estudo da Robert Half, 74% dos empregadores do país recorrem a essa medida. Sai mais barato para a empresa fazer uma contraproposta do que formar outra pessoa desde o começo.

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