Revolução 4.0: Leite sintético e maquinário ambientalista
A indústria da alimentação evoluiu em poucos anos como não tinha feito em séculos. A agricultura e a pecuária, possivelmente as indústrias mais antigas do mundo, se encontram cada vez mais na vanguarda da ciência e da tecnologia. Especialmente em busca de um caminho para a sustentabilidade. Não é simples agradar clientes que demandam cada vez mais por alimentos sadios e protetores do ambiente... e ainda ter lucro. Mais de 20% dos consumidores de produtos do campo querem saber a origem dos produtos que compram, se usam pesticidas ou como estão sendo tratados os animais nas fazendas. E esses 20% se converterão em maioria logo mais. Em muitos países, todas as informações a respeito da origem já estão nos códigos de barra. A transparência não é só cobrada nas ações dos políticos, se preocupam cada vez mais com o que comem.
Uma máquina agrícola ambientalista.
Soja e milho se tornaram inimigos dos ambientalistas. A culpa é dos herbicidas? Tal como nas dietas da moda que propugnam abolir gorduras e açúcares, a culpa não é dos herbicidas e sim de seu uso exagerado. Esse uso desmesurado de herbicidas é um dos piores equívocos dos agricultores. Custa caro e cria plantas daninhas que se tornam resistentes aos herbicidas. O conceito correto é usar os herbicidas em doses mínimas. Não afetaria o meio ambiente, sairia muito barato e não criaria ervas daninhas resistentes. Assim pensando, surgiu a empresa "Blue River Technology", que foi adquirida pela gigante John Deere. Construíram máquinas inteligentes que oferecem aos agricultores uma nova maneira de controlar e prevenir ervas daninhas. E o mais interessante, eliminam 90% dos volumes de herbicidas que os produtores pulverizam atualmente. Veja o mapa mundial de resistência a herbicidas em plantas daninhas. O Brasil aparece logo abaixo do topo de resistência. Já existem 250 espécies de ervas daninhas resistentes aos herbicidas. O novo conceito adotado pela máquina é pulverizar herbicida exclusivamente nas plantas que estão sendo atacadas pelas ervas daninhas ou que estão susceptíveis de um ataque.
Leite sintético.
Em poucos anos, poderemos beber leite sintético que não provenha de animais. Para sua produção se utilizam levedura modificadas, que são misturadas com proteínas, vitaminas e outros nutrientes. Uma tecnologia que, no momento, é bastante cara. Uma empresa da Califórnia lançou há pouco os primeiros sorvetes premium fabricados com leite sintético que não é de vaca. Custa muito caro: US$100 por pote.
Google e o coletor de maçãs.
Em Silicon Valley, como era de esperar, também trabalham para modernizar a agricultura. Google decidiu apostar na Abundant Robotics, uma empresa que desenvolveu um robô para colher maçãs utilizando uma espécie de aspirador que succiona o fruto sem que sofra um mínimo dano.
O coletor de pimentões Sweeper.
Colher pimentões era uma trabalho braçal árduo. A empresa europeia Sweeper, em colaboração com a Universidade de Wageningen, de Washington, criou um coletor que está fazendo sucesso. Ele processa as imagens para determinar se o pimentão está pronto para ser colhido e, nesse caso, saca uma pequena faca, corta o talo e o pimentão cai na cesta carregada por um braço do robô.