Toyota, BMW e Tesla estarão à frente dos demais
A KPMG acaba de divulgar sua pesquisa "Informe global sobre automoção 2019". Foram entrevistados 1.000 executivos da indústria automotiva no mundo, 67 no Brasil. Uma das mais impactantes informações contidas nesse relatório é de que a indústria automobilística europeia chegará à beira do abismo com tão somente 5% dos automóveis do mundo vendidos no velho continente. A força dessa indústria, definitivamente, foi transferida para a Ásia. Só a China passará a vender 30% dos veículos do mundo.
Também mostra que até 2040 não haverá uma tecnologia de propulsão dos automóveis superando definitivamente outra. Assim, os veículos movidos a bateria de lítio - eletricidade - (30%) estarão um pouco à frente dos movidos a petróleo (25%). E esse diferencial ocorrerá em função das maiores vendas de carros movidos a eletricidade ocorrerem na China. Os Estados Unidos, afirma a KPMG, manterão a maioria de seus carros movidos a petróleo.
Executivos afirmam: Toyota, BMW e Tesla à frente.
A pesquisa com os executivos mostrou um dado preocupante para parcela importante da indústria automobilística. Diz com toda clareza que se os elos mais fracos dessa cadeia não se unirem, simplesmente desaparecerão pois sua rentabilidade será arrebentada no processo de transformação tecnológica que já está em curso.
Por marcas, os dirigentes entrevistados "veem a Toyota como o fabricante melhor posicionado para o futuro seguida pela BMW e Tesla". É uma eleição fundamentada pela preferencia dos consumidores, que segundo a pesquisa, apostam majoritariamente pela tecnologia híbrida - eletricidade e petróleo - para impulsionar seu próximo veículo.
Transformação das concessionárias.
O setor prevê um panorama menos esperançosos no âmbito da distribuição de automóveis. A opinião majoritária dos executivos, sustentada também nos anos anteriores, é de que até 2025 o número de concessionárias no mundo será reduzido entre 30% a 50%, de acordo com a região onde estão localizadas. As concessionárias sobreviventes passarão por imensa transformação. Se converterão em pontos de venda de automóveis usados ou centros de prestação de serviços de pós-venda. Outras, serão convertidas em empresas de apoio à manutenção e melhoria dos softwares dos carros.
Esse processo de redução drástica de pontos de venda, iniciado em 2007, continuará pois essa indústria encontrou - finalmente - um cliente bem informado, exigente e infiel como nunca tinha existido. Esse cliente passou a buscar informação transparente na internet e não nas concessionárias. Mesmo com o provável aumento de vendas pela internet, somente agora iniciado, os executivos entrevistados pela KPMG acreditam que não ocorrerá o desaparecimento total das concessionárias, desde que elas se submetam à transformação de "completar a experiência do cliente [na internet] e estabeleça com ele um vínculo".