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Em Pauta

Uma luz bruxuleante, antes da energia, os lampiões dominavam

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 15/01/2025 07:13
Uma luz bruxuleante, antes da energia, os lampiões dominavam

Quem tem mais de sessenta anos, certamente conviveu com os lampiões a querosene. Ainda que as casas e as ruas fossem iluminadas pela luz elétrica, no Mato Grosso do Sul, todos tinham alguns lampiões a querosene para garantir a iluminação. A luz elétrica era inconstante, raros dias em que ela não desaparecia como por encanto. Mas como surgiram os lampiões a querosene?


Uma luz bruxuleante, antes da energia, os lampiões dominavam

Mistério, o petróleo sumiu no Ocidente.

O uso do petróleo teve uma historia longa e variada no Oriente Médio. Contudo, de modo misterioso o conhecimento de sua aplicação perdeu-se para o Ocidente por longos séculos. A única explicação plausível para esse desaparecimento foi a queda do Império Romano, onde quase todos os conhecimentos sumiram.


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Refinamento do petróleo no Ocidente.

No final da Idade Média, algumas cidades europeias aprenderam a refinar o petróleo. Na Sicília, Bavária, Alsácia, Hannover e, principalmente, na Galícia dos espanhóis, a tecnologia da refinação do petróleo foi ensinada pelos árabes. Na maioria desses locais, era utilizado apenas como medicamento (um veneno mortal) por padres e poucos médicos. Essa prática desumana só se modificaria com a construção de uma pequena industria para refinar petróleo na Galícia.


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Construindo um lampião na Ucrânia.

Foi em uma cidade ucraniana, denominada Lvov, que um farmacêutico uniu-se a um encanador para inventar, em 1.854, o primeiro lampião a querosene. Era um produto barato e conquistou fama. Nesse mesmo ano, o querosene passou a ser um produto importante em Viena. Ao mesmo tempo, o negocio do querosene tornou-se a grande riqueza da Galícia, com mais de 150 cidades envolvidas na mineração de petróleo. Estimam que produziam 36 mil barris de querosene anualmente.


Uma luz bruxuleante, antes da energia, os lampiões dominavam

O lampião que veio ao Brasil era vienense.

Os lampiões de Lvov tendiam a se tornar enfumaçados e o querosene desprendido tinha um cheiro ácido. Um vendedor vienense soube desse lampião e aperfeiçoou o aparelho. Com o sucesso obtido, encontrou outro vendedor de N.York e passou a exportá-los para os Estados Unidos. Apesar de seu design ter sofrido sucessivas alterações, esse lampião vienense seria o primeiro a chegar no Brasil, onde passou não por melhorias, mas por simplificações, para torná-lo ainda mais barato e ser vendido para todas as residências.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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