Reservas ajudam na conservação e combate ao fogo do Pantanal
Este ano, o fogo no Pantanal vem batendo recordes mês a mês. O bioma enfrenta uma situação calamitosa, que não se vê a décadas e pode sofrer danos irreversíveis se não acontecer nenhuma intervenção. Neste sentido, temos as Unidades de Conservação, que prestam um importante serviço à humanidade e ao meio ambiente somando esforços no combate ao fogo.
Somente nos 8 primeiros meses do ano o número de incêndios já é maior que todo 2019, com 10.153 focos. Os animais silvestres têm a vida afetada diretamente pelos incêndios florestais, já que antes das queimadas eles tinham um território e muitos morrem junto com as chamas que consumem suas terras ou se veem obrigados a encontrar outro local – que pode também ter sido afetado pelo fogo ou já se encontrar ocupado – pois seu ambiente de origem enfrenta escassez de alimento.
Por isso as Unidades de Conservação são extremamente importantes, uma vez que são espaços territoriais e seus recursos ambientais com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, atualmente 4,6% do Pantanal encontra-se protegido por unidades de conservação.
Dentre as categorias de Unidades de Conservação, temos a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), uma área protegida administrada por particulares interessados na conservação ambiental.
Os objetivos que justificam as RPPNs são promover a conservação da diversidade biológica, a proteção de recursos hídricos, o manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cientificas, atividades de ecoturismo, educação, manutenção do equilíbrio climáticos e ecológico, bem como a preservação de belezas cênicas e ambientes históricos.
No Pantanal temos algumas RPPNs, como o Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, que abrange os municípios de Aquidauana e Corumbá. Foi criado em 2000 com o objetivo de preservar o habitat da fauna e flora pantaneira, além de proteger os recursos hídricos locais. Visitas escolares já acontecem na unidade, e servem para mostrar aos estudantes o patrimônio que, no futuro, eles terão a missão de preservar.
No bioma também se encontra a maior RPPN do país, o Sesc Pantanal, situado em nosso vizinho Mato Grosso. Essa reserva ocupa um território de 108 mil hectares, foi criada há 24 anos e hoje é considerada referência em conservação e pesquisa na região. Também funciona como um grande polo de educação ambiental, ou seja, a unidade de conservação não apenas preserva, tem como missão engajar pessoas na preservação do Pantanal.
As unidades de conservação têm formas efetivas de manejo para prevenir e controlar incêndios e outros eventos extremos. Mantém brigadas e equipes orientadas, monitorando o terreno e se somam aos esforços de cuidar da região. Ainda assim, como aconteceu em outras áreas do Pantanal, tiveram perdas importantes.
Em agosto foi iniciada a força-tarefa da Operação Pantanal II, realizada em conjunto pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Governo do Estado de Mato Grosso, Forças Armadas, Bombeiros e ICMBio. Ela surge como uma tentativa de conter os incêndios iniciados em diversas áreas do Pantanal ao longo de estradas, rios, fazendas e cidades.
Os esforços coletivos ainda não foram capazes de superar as condições climáticas e o fogo tem acometido severamente o Pantanal, mas temos que enaltecer o trabalho feito nessas áreas.