Depois de sobreviver a 3 doenças, Luiz foi vítima da espera
Menino nasceu com microcefalia, paralisia cerebral e cardiopatia
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Foram três anos e seis meses de luta. Luiz Francisco Lima da Silva Junior nasceu com microcefalia, paralisia cerebral e cardiopatia. Mas, foi a espera de três meses na saúde pública pela troca da cânula de traqueostomia que ele perdeu a batalha pela vida.
A mãe, Thais Cardoso da Costa, 23 anos, conta que o menino passou mal nesta segunda-feira (26), pois a cânula que usava estava entupida. O aparelho deveria ser trocado de três em três meses, mas Luiz já estava com o dele há seis.
Thais chegou a buscar atendimento emergencial no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino onde a cânula foi trocada, mas o menino não resistiu ao sofrer uma parada cardiorrespiratória.
Inconformados, amigos da mãe procuraram o Campo Grande News e relataram a história. Thais recebeu a equipe de reportagem e contou que o drama do menino começou ainda nas primeiras horas de vida.
“Não tive qualquer complicação na gravidez. Estava tudo normal. Era acompanhada no postos de saúde do Tiradentes e Nova Lima. Só que no oitavo mês de gestação que fui alertada que algo não estava normal. O tamanho da minha barriga deveria estar maior, disseram os médicos”, diz.
Luiz veio ao mundo. Ele tinha microcefalia, paralisia cerebral e cardiopatia. Devido as enfermidades, em um ano o menino que não escutava, falava ou se quer conseguia se movimentar sem ajuda só conheceu o caminho entre hospital e a casa dele, no bairro Morada Verde em Campo Grande. “Praticamente desde que nasceu ele [Luiz] usava a traqueostomia”, detalha a jovem.
Mãe solteira, Thais precisou abdicar de qualquer atividade para cuidar do filho, que precisava de atenção 24h, pois pedia ou “avisava” as necessidades por meio de expressões. Foi então, que a mãe buscou ajuda na Justiça.
“Depois de travar uma batalha consegui na Justiça o atendimento home care 24h”, revela.
Luiz então passou a ficar mais em casa. No quarto o berço ficava ao lado de inúmeros outros aparelhos como um tubo de oxigênio e a cama da cuidadora.
Em uma das últimas consultas pelo sistema público, o médico que o acompanhava pediu para a mãe que providenciasse uma cânula com outro material. “O doutor disse que o material era melhor então me virei e arrumei R$ 400 para comprar. Quando deu três meses eu voltei a solicitar ao SUS (Sistema Único de Saúde) a troca, mas ele ficou com a que comprei até hoje”, afirma.
E por acreditar que a demora na troca da cânula foi a causa da morte do filho, que Thais afirmou que travará outra batalha em nome de todos os que têm filhos com necessidades especiais. “Queremos Justiça”.
Luiz será velado hoje na capela da Pax São Judas Tadeu, localizada na rua 13 de Maio, no São Francisco.
Saúde – Por meio da assessoria de comunicação, a Prefeitura de Campo Grande afirma que “o caso será acompanhado pela Coordenadoria de Urgência, que solicitou o prontuário de atendimento da criança para verificar o que de fato ocorreu.
Segundo a equipe da UPA, a criança deu entrada na unidade com parada cardiorrespiratória e todos os procedimentos para reanimá-la foram realizados pela equipe de plantão, mas sem sucesso.
Sobre a cânula de traqueostomia, não há falta do material, que tem em estoque para atendimento na UPA Coronel Antonino.
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