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Economia

Carne de primeira volta ao prato dos campo-grandenses no dia a dia

Nova realidade se deve à queda no preço da carne vermelha, em fevereiro

Izabela Cavalcanti | 14/03/2023 12:29
Cortes de carne dentro de freezer expositor em supermercado de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Cortes de carne dentro de freezer expositor em supermercado de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

A carne bovina tem voltado, aos poucos, a integrar o cardápio do dia a dia dos campo-grandenses. Isso porque, em fevereiro, cortes de primeira tiveram queda, o que ajuda os consumidores a comprarem mais.

Segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de Campo Grande, no geral, a carne teve queda de 2,29% em fevereiro. O preço do contrafilé caiu 1,39%; alcatra, 1,05%; patinho, 2,02%; músculo, 3,13%; acém, 2,34%; capa de filé, 4,17%; costela, 1,96%. No Brasil, a picanha apresentou retração de 2,63%. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Gerente da Casa de Carne Neiger, Geraldo Clemente diz que no estabelecimento o preço da carne caiu 20% se comparado ao preço há 6 meses.

“Vendia a 85 reais, hoje está 64,90. O mercado está meio quieto, aumentaram os comércios de carne, hoje qualquer conveniência vende carne”, comenta.

O estabelecimento, localizado na Rua Sete de Setembro, recebe um público de classe média a alta. Geraldo diz que vende picanha e filé mignon até em dia de segunda-feira. “Tem vezes que vendo mais picanha na segunda-feira do que no fim de semana. O pessoal procura bastante”, comemora.

Luciney estava comprando carne no Big Beef, nesta terça-feira (Foto: Izabela Cavalcanti)
Luciney estava comprando carne no Big Beef, nesta terça-feira (Foto: Izabela Cavalcanti)

Essa é a realidade da farmacêutica Luciney Galvão, de 46 anos. Nesta terça-feira (14), ela estava comprando carne no Big Beef, da Avenida Mato Grosso. “Eu notei a queda, melhorou bem o preço da alcatra, patinho, coxão mole. A picanha é mais para o churrasco do fim de semana, mas já consegui comprar”, salienta.

O corretor de imóveis Sérgio Viana, de 50 anos, acredita que a queda no preço vai ajudar a manter a carne na mesa. “Eu sempre dou preferência para a carne de primeira. Ponta de costela, maminha, eu sempre compro pela qualidade”, comenta.

Carmem Basília não consegue usufruir da carne de primeira no dia a dia (Foto: Izabela Cavalcanti)
Carmem Basília não consegue usufruir da carne de primeira no dia a dia (Foto: Izabela Cavalcanti)

Diferente desta realidade, também tem aqueles que ainda não conseguem usufruir do churrasco no fim de semana. É o caso da vendedora de salgados Carmem Basília Soares, 77 anos.

“Não baixou foi nada. Baixa 15 centavos, que não faz diferença. Continua tudo caro, compro frango, carne moída ou carne de porco, que é mais barato. Faz muito tempo que não sei o que é um bife, uma costela, churrasco”, lamenta.


Motivo – Segundo a avaliação do presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios e Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Sergio Capuci, a queda pode ter ocorrido devido à suspensão das exportações para a China, após a confirmação do caso da vaca louca, no Pará.

“A suspensão das exportações da China aumenta a oferta de carne disponível para o mercado interno, aí a tendência é baixar. Mas essa queda é insignificante”, destaca.

Capuci acredita ainda que o preço vai voltar a subir daqui uns dias. “Já vai subir mais do que caiu, porque tem poucos animais prontos para abate. O mercado já sinaliza que vai haver uma retomada de preço para cima”, completa.

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