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Economia

Consumidores fazem fila em mutirão para acabar com dívidas e limpar nome

Expectativa é de que mil pessoas sejam atendidas no Dia D

Izabela Cavalcanti | 25/07/2023 11:02
Dia D de renegociação de dívidas, na Praça Ary Coelho (Foto: Henrique Kawaminami)
Dia D de renegociação de dívidas, na Praça Ary Coelho (Foto: Henrique Kawaminami)

O mutirão para renegociar dívidas atraiu dezenas de pessoas na Praça Ary Coelho, na manhã desta terça-feira (25). Todas com um único objetivo: se livrar das contas atrasadas, que já duram anos. A ação faz parte do Dia D do Renegocia.

De acordo com o diretor do Departamento de Projetos e de Políticas de Direitos Coletivos e Difusos, da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), Tomaz Miranda, a expectativa é de receber mil pessoas na ação.

“É um problema que foi muito agravado nos últimos 4 anos, um deles são juros altíssimos no Brasil, a política econômica do governo anterior, a pandemia não ajudou e o Brasil também tem uma cultura de parcelamento”, exemplificou.

A aposentada Vilma Moreno Pereira, de 56 anos, está com boa expectativa para conseguir quitar seus débitos. Empréstimo, operadora de telefone e conta de luz atrasada são algumas das dívidas que tiram o sono da consumidora.

“Eu ganho um salário mínimo, mas recebo só R$ 600 porque desconta o restante para as contas que fiz. Me sinto muito mal, chega mensagem toda hora”, disse.

Aposentada Vilma Moreno participa de mutirão de renegociação de dívidas (Foto: Henrique Kawaminami)
Aposentada Vilma Moreno participa de mutirão de renegociação de dívidas (Foto: Henrique Kawaminami)

Alguns dos valores citados por ela é de R$ 913 para a empresa de telefonia, R$ 197 de energia, e R$ 7 mil do empréstimo que fez para consertar o carro.

“Estou animada. Quero pagar a dívida, mas de um jeito mais fácil para que sobre um pouco mais do meu salário, pois com o que sobra hoje em dia eu pago o aluguel”, lamentou.

A cabeleireira Gianne Amorim, de 55 anos, já acumula as contas atrasadas há 8 anos. Segundo ela, o cartão de crédito soma R$ 10 mil e em lojas de roupa, R$ 8 mil.

Gianne Amorim aguarda atendimento na Praça Ary Coelho (Foto: Henrique Kawaminami)
Gianne Amorim aguarda atendimento na Praça Ary Coelho (Foto: Henrique Kawaminami)

“Foi acumulando, os juros são muito alto. Eu já até tentei negociar, mas fiquei doente, sem serviço e não consegui”, contou.

Quando o assunto é sobre acabar com a conta, ela responde esperançosa. “Estou pedindo a Deus para sair dessa situação, porque está difícil. Me preocupa”, ressaltou.

O porteiro Marcelo Mariano, de 38 anos, também não ficou de fora do Dia D de renegociação. Ele diz que está devendo cerca de R$ 300 de energia.

Marcelo Mariano quer cessar a dívida que tem de energia elétrica (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcelo Mariano quer cessar a dívida que tem de energia elétrica (Foto: Henrique Kawaminami)

Vim pela oportunidade de negociar sem os juros e poder dividir em várias vezes. De uma forma ou de outra, eu vou pagar. Nome limpo é prioridade”, destacou Marcelo.

Programa – Nesta terça-feira (25), está sendo realizado o Dia D do Renegocia, na Praça Ary Coelho. O mutirão vai até às 17h.

Os órgãos de defesa do consumidor de Mato Grosso do Sul participam do programa até o dia 11 de agosto. A iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Senacon, tem como objetivo ajudar os endividados a regularizarem suas situações financeiras, com soluções para o pagamento.

A ação abrange dívidas de diferentes setores, como instituições financeiras, empresas de telefonia, água, energia elétrica. Não há limites nos valores das dívidas, nem de renda. Dívidas com pensão alimentícia, crédito rural e imobiliário não entram nas negociações.

Os interessados devem procurar os órgãos de defesa do consumidor (Procons, Ministério Público, Defensoria Pública) ou utilizar o portal consumidor.gov.br para a negociação das dívidas.

É obrigatório levar o documento pessoal e os contratos das dívidas ou qualquer documento que comprove o débito.

Na visão da secretária-executiva do Procon/MS, Nilza Yamasaki, o que preocupa é manter o mínimo existencial para as famílias.

“A questão do endividamento preocupa muito por conta de garantir o mínimo existencial para as famílias. A preocupação é que o cidadão possa ter uma situação mais confortável, honrar suas dívidas e trazer à tona a educação financeira”, pontuou.

Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou o Decreto 11.567/2023, que aumenta de R$ 303 para R$ 600 o valor do mínimo existencial, que é a quantia de renda que fica protegida por lei em casos de superendividamento.

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Equipe do Procon Municipal atendendo população, no programa (Foto: Henrique Kawaminami)
Equipe do Procon Municipal atendendo população, no programa (Foto: Henrique Kawaminami)


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