Estiagem durante plantio da soja pode impedir recorde na produção de MS
A instabilidade climática pode impedir que Mato Grosso do Sul bata recorde na colheita de soja da safra 2014/2015. A previsão, segundo a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja), é de que 6,8 milhões de toneladas sejam colhidos nos campos da região. No entanto, a seca registrada no início do plantio e a chegada tardia da chuva pode afetar os resultados.
Chuva - Durante o lançamento oficial da colheita, realizado na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) nesta terça-feira (27), Maurício Saito, presidente da Aprosoja/MS, explicou os efeitos da estiagem nos próximos resultados.
"Devido à estiagem em várias regiões do Estado, algumas cidades o produtor rural sofreu atraso de até 18 dias no início do plantio feito em setembro. Na cidade de Amambai, por exemplo, existem produtores que já estão acionando o seguro rural por causa dos prejuízos gerados pela falta de chuva", conta.
A estiagem registrada no início desse mês também prejudicou a produção. Por causa disso, o milho safrinha também sofrerá atraso. Além disso, segundo Saito, a previsão é que a produtividade desse cultivo sofra declínio devido à diminuição de investimentos em tecnologias.
Dados - Apesar do quadro aparentemente negativo, a expectativa da Aprosoja/MS é que o Estado atinja resultados positivos, chegando a um volume de produção 12,36% maior em relação ao mesmo período do ano passado, que teve 6,05 milhões de toneladas de soja. Se o clima colaborar e a chuva cair no tempo e quantidade certa, Mato Grosso do Sul será o quinto maior produtor de soja do País.
Isso porque a área destinada ao cultivo da soja aumentou 5,5% nas duas últimas safras, chegando a 2,3 milhões de hectares na safra 2014/2015. Com mais área para plantio, espera-se que a produtividade média também registre crescimento, chegando a 49,28 de sacas por hectare, uma estimativa de crescimento de 6,5%.
Recuo - Somente a comercialização antecipada do grão é que tem previsão, desde já, de queda. Na safra 2013/2014, 30% da produção total foi comercializada antes que a soja fosse colhida. No entanto, no plantio de 2014/2015, houve queda de 25% na venda antecipada, um decréscimo de 6%.
Números relativos à perda de produtividade só serão levantados no futuro, devido às chuvas que começaram a atingir o Estado na última semana. Portanto, os próximos dias serão decisivos. "Não tem como escapar, o produtor, mais do que nunca, precisa acompanhar o setor e verificar as condições de preço no mercado para encontrar o melhor caminho para traçar seu nível de produção", finaliza Saito.