Para ambulantes, proibição de shows na Expogrande significa prejuízo
Moradores da região também lucravam com o movimento da exposição
A maior feira de agronegócios do Mato Grosso do Sul, a Expogrande, permanece com data e local confirmados, de 12 a 22 de abril, no Parque Laucídio Coelho, porém, sem as atrações musicais, que eram responsáveis pelo maior movimento do evento. Com parte da vizinhança a favor e a outra contra, os mais prejudicados serão os vendedores ambulantes.
Muitos dos que aproveitavam para aumentar a renda durante o período da exposição eram moradores da própria região, como é o caso do ambulante Alfredo Rodrigues Balbuena, 38 anos, que desde 1995 vende salgados e bebidas ao público.
“Quem dava lucro mesmo era quem vinha para assistir aos shows. Esse ano nem vou lá para frente do parque, porque sei que vai ser prejuízo”, lamenta o ambulante. Ele diz ainda que, com a proibição de show no Laucídio Coelho, agora há poucas opções para quem garante a renda em eventos.
Alfredo conta que na semana da Expogrande chegava a ganhar R$ 80 por dia. “Como eu não tenho ponto fixo e só trabalho em festas, agora o jeito é viajar pelos eventos do Estado”.
A decisão não desagradou apenas a quem não tem ponto fixo. Para a vendedora Marizete Pereira de Souza, 38 anos, que está há um mês com ponto em frente ao Laucídio Coelho, a proibição dos shows significou prejuízo á vista.
“Estava até me planejando para estender o horário que fico por aqui e conseguir uma graninha extra, e, quem sabe, até fazer alguns clientes”, diz Marizete.
Estacionamento– Outro negócio que também gerava lucro durante os dias da feira era abrir espaço para estacionamento. Próximo ao parque, o pintor Tomas Lopes de Souza, 41 anos, há sete anos improvisava um terreno para guardar motocicletas do pessoal que ia aos shows.
Segundo ele, por noite conseguia alugar, a R$ 7, cerca de 30 vagas. “Às vezes tinha que ter umas três pessoas para me ajudar, de tanto movimento, mas esse ano nem vou arriscar montar o espaço, porque o evento vai estar quebrado”, afirma.
Opinião de morador – Em algumas residências próximas ao parque, a opinião dos moradores foi praticamente unânime. A realização dos shows não é algo que seja reprovado pela vizinhança.
“Quando as músicas iam até de madrugada, daí era ruim, mas do jeito que foi feito no ano passado ficou bom, não atrapalhava”, diz o autônomo Jubens Alves, 57 anos.
A vizinha de muro dele, Jovelina Carvalho Neves, 76 anos, mora na região há 20 anos, e afirma não se incomodar com o barulho. “Só não gostava da bagunça que ficava depois do show, coisa de molecada”, conta.
Com a casa bem de frente ao parque, Lúcia Corrêa da Luz se recorda que sempre foi aos shows na Expogrande. “Campo Grande perde uma opção de lazer, infelizmente”, lamenta.