PF faz pirotecnia e erra ao criminalizar toda a carne brasileira, diz Reinaldo
Governador diz que operação pode prejudicar o mercado da carne brasileira, com prejuízos na cadeia produtiva
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), afirmou que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que identificou irregularidades em três frigoríficos, teve muito "estardalhaço" e "pirotecnia", o que pode prejudicar o mercado da carne brasileira no exterior. Ele no entanto, defende punição àqueles que cometeram atos ilegais.
“Não se trata de defender os maus funcionários e empresários corruptos, que devem ser punidos com rigor. O que nos causa preocupação é por que essa pirotecnia, desqualificando toda a carne brasileira", disse Reinaldo, neste domingo (19), durante a inauguração de obras, em Guia Lopes da Laguna, a 220 km de Campo Grande.
Reinaldo lembrou que o Brasil já enfrenta resistências neste mercado, em países como Estados Unidos e Austrália, em função do aumentos das exportações brasileiras, por isso criticou o fato de "superdimensionar" casos pontuais e isoladas que tiveram irregularidades.
"Isso é muito ruim, prejudicial ao mercado e ao país. Será que tem algum pano de fundo nisso tudo? Não se pode criminalizar toda a carne brasileira por causa de alguns maus funcionários e empresários corruptos, em prejuízo a toda uma cadeia produtiva”, avaliou o tucano.
O governador entende que as ações divulgadas pela Polícia Federal, não correspondem ao tamanho do mercado e qualidade da carne brasileira. "Há 5 mil frigoríficos em todo o País e se há uma investigação há dois anos os culpados já deveriam estar presos. É um erro da investigação em passar a impressão que todos os frigoríficos agem de má fé".
Ele pretende se reunir com representantes do setor e também avaliar em conjunto com o Ministério da Agricultura, que prejuízos esta operação vai trazer para a pecuária de Mato Grosso do Sul e do Brasil.
Investigação - A Operação "Carne Fraca" realizada pela Polícia Federal, faz parte de uma investigação que envolve frigoríficos em um esquema criminoso, que segundo as autoridades "maquiavam" carnes vencidas, com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las.
As empresas, então, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. Esta carne imprópria era destinada para consumo interno e à exportação.