Produtos de limpeza ficam mais caros e inflação sobe 0,31% em agosto
Campo Grande registrou inflação de 0,31% em agosto, índice maior que a média para o mês. Com esse resultado, a inflação acumulada no ano soma 7,57% e ultrapassa o teto da meta que é de 6,5%, o que significa que para voltar ao patamar normal os próximos quatro meses teriam de ser de deflação.
Os dados divulgados pelo IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), mostram ainda que a inflação acumulada em doze meses soma 9,47%. O coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Uniderp, Celso Correia de Souza, alerta para o índice em dois dígitos.
"É hora do retorno à ortodoxia, mantendo os juros mais elevados, reduzindo o papel dos bancos oficiais, diminuindo a quantidade de créditos por eles ofertadas, fazendo diminuir o consumo. Com isso, a inflação deve ceder”, acredita o professor que explica que a inflação alta tem impacto negativo na vida das famílias.
Sobre o impacto dos grupos, o Habitação chegou a 0,38%, sendo o que mais contribuiu para a elevação da inflação na Capital, isso devido ao preço de produtos de limpeza e de eletrodomésticos. Saúde (0,76%), Despesas Pessoais (0,64%), Vestuário (0,46%) e Transportes (0,32%), também tiveram altas em agosto
Só o grupo Alimentação teve índice negativo de -0,18%, em um comportamento atípico e após várias altas. Dessa vez, a queda se deve a retração nos preços de vários hortifrútis e consumo diário, como batata (-24,50%), chuchu (-19,41%), salsa (-17,55%) e laranja pera (-14,26%).
Em análise do cenário, o professor Celso Correia acredita que só haverá contenção da inflação acumulada caso os próximos índices sejam menores que os registrados nos últimos meses de 2014. Se essa expectativa se concretizar “a partir de outubro pode ocorrer que a inflação acumulada deste ano não ultrapasse os 10%, resultado que seria muito interessante às autoridades governamentais", diz.