Projeto que promete “cara nova” para a 14 de Julho anima, mas gera críticas
A notícia de um projeto da Prefeitura, que prevê a revitalização da rua 14 de julho, em Campo Grande, animou e foi bem aceita pelos comerciantes que trabalham na região central da cidade. Quem apoia a iniciativa já vislumbra uma via diferente, mais moderna e atrativa. Quem critica, argumenta que não adianta fazer uma parte e deixar o resto largado.
A proposta, que está dentro do “Reviva Centro”, aquela lei que forçou a alteração das fachas nas lojas do centro, prevê fiação subterrânea, iluminação moderna, possivelmente com placas de LED, alinhamento de calçadas e paisagismo.
“Demorou, né”?, disse a gerente de uma loja de roupas, Vera Faria, 39 anos, quando soube do projeto pela reportagem. Na avaliação da mulher, a 14 de julho é o “coração de Campo Grande”, mas a aparência, que deveria ser motivo de preocupação pode parte do poder público, “está a desejar”.
Ela gostou da ideia de ver a rua sem aquele emaranhado de fios, que estraga qualquer paisagem. Também achou bacana a proposta de alinhamento, paisagismo e iluminação diferenciada. Disse que apóia “tudo o que vem para melhorar”, mesmo que isso implique em custos futuros.
Para ficar ainda mais bonito, Vera sugere a retirada dos estacionamentos, como fizeram na Avenida Afonso Pena, e a construção de um calçadão. A amiga, também gerente, Silvia Lopes, 28 anos, sugeriu a mesma coisa. “Aqui é muito tumulto”, justificou. Pensando no paisagismo, a jovem sugere uma padronização de fachadas.
Gerente de uma loja de variedades, Grace Kioko Abraão, 20 anos, apostaria no colorido e nos símbolos da fauna para dar um tom mais regionalizado na 14 de julho. Ela fez a sugestão citando o bairro da Liberdade, em São Paulo, conhecido por reunir japoneses. “Não precisa ter a cara oriental, mas coisas daqui, como a onça, por exemplo”, explicou.
Outra coisa que, no entender de Grace falta na rua, são variedades no comércio. “Falta diversidade, tipo uma padaria, lanchonete diferente, loja de fast food e até aquelas lojas do shopping, de franquias”, comentou, ao dizer que “tudo tem um custo, mas valeria a pena” porque o novo “desenho da rua” valorizaria a cidade, atrairia mais clientes e impulsionaria o comércio e, claro, o turismo. “A aparência conta muito”, sentenciou.
Thiago Riquelme, 30 anos, também afirmou que um projeto como esse pode valorizar mais a região, mas criticou a iniciativa do poder público. “Só na 14 eu não concordo. Tem que ser no centro todo. Não adianta melhorar um local e deixar os outros. É dinheiro jogado fora”, opinou.
A Prefeitura de Campo Grande ainda está selecionando empresas para elaboração de projetos. O prazo para manifestar interesse é até o dia 18 de outubro. A seleção da empresa será baseada na qualidade e no custo.
Além disso, depende de um novo empréstimo para viabilizar a mudança.