Sem 3ª casa decimal no preço da gasolina, consumidor deverá ficar atento
Reportagem foi a mais de 30 postos hoje e todos já "mudaram" preço, após resolução da ANP
Motoristas devem se atentar no preço que pagarão pelos combustíveis, já que a partir de amanhã (7), postos de todo País serão obrigados a exibir, em placas e bombas, valor do litro com apenas duas casas decimais.
O diretor-executivo do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes) de Mato Grosso do Sul, Edson Lazarotto, afirma que “grande maioria” dos estabelecimentos já se adequou e só deverão retirar o terceiro dígito, sem arredondar para cima.
Segundo ele, a decisão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) trará “melhor transparência e visualização” para o consumidor final.
Conforme resolução do órgão, “os preços por litro de todos os combustíveis automotivos comercializados deverão ser expressos com duas casas decimais no painel de preços e nas bombas medidoras”.
No entanto, a autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia não detalha, na publicação, quaisquer regras específicas da nova precificação. Além disso, o valor praticado pela Petrobras e pelas distribuidoras, antes de chegar nos postos, segue com três decimais.
O Campo Grande News percorreu mais de 30 postos na manhã desta sexta-feira (6), em Campo Grande, e todos já estavam sem a terceira decimal.
De acordo com o Procon (Superintendência para a Orientação e Defesa do Consumidor) de Mato Grosso do Sul, fiscalização será programada para coibir eventuais práticas inadequadas no Estado.
Preço - Análise feita pelo Campo Grande News indica que a alteração no dígito pode gerar uma diferença de aproximadamente R$ 0,50 no preço do tanque de gasolina.
Conforme a decisão, o terceiro dígito decimal deve ser desconsiderado - caso o litro esteja a R$ 6,889, por exemplo, ficaria R$ 6,88. Calculando um tanque de 50 litros, o valor de R$ 344,45 passaria a custar R$ 344.
No entanto, se o revendedor arredondar este valor, para cima, o consumidor gastaria R$ 344,50 pelo tanque - uma diferença de R$ 0,05 a mais.
Em período de um ano, a diferença pode ser mais significativa no orçamento do condutor. Segundo a ANP, a média do preço do litro da gasolina, em Campo Grande, era de R$ 7,017, até 30 de abril. Se um motorista usasse 100 litros por semana, ele teria de arcar, em 12 meses, com R$ 36.488,40.
Se tirar o quarto dígito, gastaria R$ 36,40 a menos no ano, mas se arredondar para cima, o custo seria R$ 15,60 a mais.
A média verificada nos postos visitados hoje pela reportagem era de R$ 6,99 o litro, sendo o mais caro o Posto Falheiros (R$ 7,19) e o mais barato o Posto Acácia (R$ 6,87).