Temer libera saque do FGTS, mas economista faz alerta para futuro
O presidente Michel Temer (PMDB) anunciou hoje, que trabalhadores poderão sacar todo o dinheiro disponível em contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Ele não detalhou a partir de quando o saque será liberado e nem como a medida vai afetar contas ativas.
Para ser considerada inativa a conta precisa estar sem movimentação há três anos e vale para as contas nessa situação até 2015. Segundo ele, a medida visa reaquecer a economia e a previsão é de que sejam sacados R$ 30 bilhões por 10,2 milhões de trabalhadores.
A maior parte das contas inativas, de acordo com o governo, tem saldo de menos de um salário mínimo e o saque deve ter o intuito de pagar dívidas. Apesar de parecer benéfica para a população o presidente do Corecon/MS (Conselho Regional de Economia), Thales Campos, contesta e faz alertas.
"Ao meu ver é uma irresponsabilidade autorizar o saque, porque você tira a poupança do brasileiro que já é pouca", afirma ele, completando que o FGTS é a única forma de poupança obrigatória feita pela população, que tradicionalmente não tem o hábito de guardar dinheiro.
Para ele, a medida pode trazer consequências mais sérias no futuro. "Pagar dívida do presente com recurso que era para o futuro é muito irresponsável, porque você tira a possibilidade de conseguir bens maiores, como a casa própria", conta Thales.
Atualmente, o trabalhador só pode sacar o FGTS quando é demitido pela empresa ou quando usa o recurso para financiar imóveis. Com a mudança, o dinheiro disponível em uma conta antiga pode ser sacado integralmente.
"É imediatista e não vai resolver nada no futuro, sendo realista vai complicar nos próximos anos. Dessa forma, sem trabalhar perspectiva de rendimento futuro é muito complicado", afirma o economista que sugere que o governo comece as mudanças por uma reforma política, reduzindo os gastos com poderes nas três esferas, municipal, estadual e federal.