Disputado por gigantes do futebol, jovem da Capital é destaque do Palmeiras
Lucas Henrique de Oliveira, de 14 anos, é atacante e joga na categoria sub-15 do clube paulista
Nascido em Campo Grande, Lucas Henrique de Oliveira, de apenas 14 anos, joga pela categoria sub-15 do Palmeiras e tem se destacado no futebol de base de um dos principais clubes do País. Há um ano treinando no time paulista, ele veio à cidade natal passar as férias com a família e aproveitou para jogar na escola em que estudava, na Capital.
Quando morava na cidade, estudou na Escola Municipal Dr. Tertuliano Meirelles, no Jardim Caiçara, bairro em que a família vive. Nas aulas de Educação Física da professora Larissa Trelha, ele se destacava no futebol de salão. “Ele era um talento desde muito pequeno. Eu o convidei para ir jogar na sexta-feira, com nós, os professores, e fazer o encerramento do nosso interclasse. Ele foi, junto ao pai e a irmã, que é aluna nossa”.
Pai de Lucas, o músico Henrique Perez, de 42 anos, afirma que, inicialmente, tinha receio que o filho tentasse a carreira no futebol, mas que confiava no potencial do garoto. “Ele começou na escola, jogando interclasse. Até então eu queria que ele estudasse, que ele tocasse os estudos e deixasse a bola como segundo plano, mas Deus vai mostrando as coisas para a gente e quem me orientou que ele tinha um jeito para jogar bola foi uma prima”.
Fã do Cristiano Ronaldo, Lucas costuma jogar na faixa do campo em que o astro português jogou no início da carreira. Assim como o craque, ele pode jogar de centroavante, já que possui 1,83m e até faz a ponta direita. Segundo o pai, a velocidade que o filho pode chegar é uma das principais características que o difere dos demais, assim como a capacidade em fazer gols e a técnica com a bola.
Lucas já foi campeão da Copa Libertadores Sub-14, no Paraguai, e conseguiu a vice-artilharia, na primeira competição desta modalidade organizada pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Ele também faturou o Mundial Sub-14, disputado nos Estados Unidos, e foi campeão do Paulista Sub-15 e Paulista Cup Sub-14.
Trajetória - Ao longo do tempo, Lucas participou de projetos da prefeitura e o pai foi orientado a buscar uma escolinha de futebol para colocar o filho. “Todos falavam que ele levava jeito, as professoras Larissa, Paula, Solange, etc.”, comenta. A primeira avaliação foi feita no Parque Ayrton Senna, onde estava um olheiro do Grêmio, mas o jovem foi convidado a fazer parte do Novo, time campo-grandense. Em seguida, chegou a integrar o Náutico FC.
Em 2021, recebeu proposta do São Paulo e do Palmeiras, e o alviverde foi a escolha. “Todas as bases são boas, há excelentes bases em todo Brasil, mas a que está em mais evidência e que tem mais dificuldade para entrar é a do Palmeiras, pela qualidade dos profissionais, pelo fato de que hoje mudaram a ciência da base. Hoje o projeto da base está bem consolidado, bem feito”.
“A dificuldade que você tem para entrar numa base dessas é bem complicada. O time profissional está tranquilo, tudo bacana. Vai ter as cobranças, mas a gente sabe que vai estar num lugar estruturado e organizado. Não que as bases dos outros times não sejam boas, mas é que, no momento, é uma das mais visadas, e as bases são muito niveladas, de qualidade boa”.
Professora de futsal durante 10 anos na escola, Paula Marciano relata que Lucas se destacava dos demais jovens, por ser “habilidoso e dedicado”. “Mesmo sendo mais novo, de uma categoria inferior, jogava de igual para igual com os meninos maiores. O pai sempre incentivou bastante, era presente nos treinos. Desde cedo percebi que ali tinha um menino talentoso que podia sim se destacar”.
“O Lucas também era muito destemido e de personalidade forte”, diz Paula, que foi eleita diretora-adjunta da escola e pretende dar mais ênfase nas práticas esportivas.
Próximos passos - Mesmo com saudades de casa e da família, Lucas diz estar preparado para iniciar a temporada de 2023 pelo Palmeiras. “Sinto a falta da família, às vezes bate muita saudade de todo mundo, da minha irmã, mãe, avó, pai, etc. Mas agora é trabalhar muito, ter foco, dedicação. Ano que vem vai ser muito puxado e agora é trabalhar firme para alcançar os objetivos. Nada na vida vem fácil, tem que trabalhar para alcançar”, diz Lucas.
O jovem também elogia a estrutura do clube paulista e relata haver bom convívio com os colegas e técnicos. “Os amigos são muito gente boa, as pessoas que cuidam da gente lá, diretoria, professores, todo mundo é muito gente boa, educados, tranquilos. Sabem conversar com a gente”.
Lucas ainda não se acostumou com a grandeza de São Paulo, que possui população 12 vezes maior que a campo-grandense, e por ter pouca idade, costuma passar maior parte do tempo no alojamento em que mora, cedido pelo clube, além de participar da rotina de treinamentos.
O pai também sente a falta do filho, mas espera poder visitá-lo mais vezes e planeja se mudar para a capital paulista. “É o preço, mas é complicado, porque a gente é família. Não sei o que é ficar longe do meu filho, é uma sensação estranha, mas eu sei que é para o bem dele. Ele escolheu isso, quer isso, e espero estar perto logo. Em 2023, devo estar lá em São Paulo, a princípio”.
“O objetivo é buscar a Seleção Brasileira. O semestre começa cedo, em janeiro já tem competições, e vai ter convocação da sub-15 agora. Vamos trabalhar para isso, tentar buscar para os campeonatos que virão. O semestre é cheio para os clubes grandes”, diz Henrique.