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Artes

Após dormir na rua, música foi o que garantiu os sonhos de Giovani

Após se recuperar da dependência química, trabalho no Camelódromo é o combustível para planejar vida com arte

Aletheya Alves | 28/04/2023 07:22
Sonho de Giovani é conseguir seguir a carreira como MC. (Foto: Paulo Francis)
Sonho de Giovani é conseguir seguir a carreira como MC. (Foto: Paulo Francis)

Aos 26 anos, Lucas Giovani Duarte Mota sonha em viver da música e conta que graças à arte e apoio da família é que conseguiu forças para deixar 14 anos de dependência química no passado. Tendo morado até na rua, o jovem já gravou dois videoclipes e, após 12 meses de recuperação, voltou a imaginar os planos engavetados.

Hoje, Giovani, o MC GD Pantanal, trabalha no Camelódromo para manter as contas em dia e conseguir planejar a vida com a música. Envolvido com diversos ritmos desde criança, ele narra que cresceu entre tantan, cavaquinho e violão.

“A música esteve na minha vida praticamente desde quando nasci porque meu pai é músico, sempre teve grupo de samba, sertanejo e meu irmão também. Então cresci no meio da música e comecei a tocar com seis, sete anos de idade”, diz Giovani.

Em casa, ele passou a aprender as notas musicais e se aproximar do samba, mas, também muito cedo, se envolveu com drogas. “Sou ex-dependente químico. Comecei a usar droga muito cedo, com 12 anos fumei meu primeiro cigarro de maconha, com 13 cheirei carreira de cocaína”.

Durante a adolescência, Giovani foi apreendido por um assalto e aos 16 anos precisou ser internado pela família, como ele narra. De acordo com o músico, aceitar que precisava de ajuda não foi o que aconteceu na época.

Enquanto se organiza, o músico trabalha no Camelódromo de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Enquanto se organiza, o músico trabalha no Camelódromo de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Um dos vídeos gravados por Giovani quando morou no Rio de Janeiro. (Foto: Paulo Francis)
Um dos vídeos gravados por Giovani quando morou no Rio de Janeiro. (Foto: Paulo Francis)

Por isso, conforme os anos foram passando, a dificuldade em se desvincular da dependência se tornou ainda mais difícil. “Fiquei internado, saí, mas tive recaídas. Depois, fiquei um bom tempo sem usar e a música me ajudava bastante. Era ela quem trazia meus sentimentos para fora porque sou difícil de dividir minhas emoções”.

Nesse período, o campo-grandense optou por se mudar e passou um tempo no Rio de Janeiro. Lá, insistindo na música, conseguiu gravar dois videoclipes com composições autorais.

“Eu sonhava em conhecer o mar e foi incrível demais. Consegui lançar dois clipes, mas não deu tão certo, depois acabei voltando para cá”, relata Giovani.

No retorno, a dependência química continuou aumentando até que em 2021 o pior momento de sua vida chegou, como ele nomeia. “Foi o fim mesmo, cheguei em um estado crítico e fui parar na rua. Saí de casa, fiquei na rua usando droga e pedindo dinheiro, pedindo comida. Foi difícil, mas minha mãe conseguiu me internar. Me encontraram na rua”.

Dessa vez, tendo aceitado a ajuda, Giovani explica que passou todo 2022 internado e lá conseguiu voltar a pensar no futuro que gostaria de ter com a música. “Eu tô em busca do meu sonho. Moro com minha família e isso que vivi é uma realidade difícil, mas dá para sair”, detalha.

Por ainda estar se organizando, Giovani explica que continua compondo e, agora, os planos são de investir na carreira musical de verdade. “Ainda não estou fazendo shows, mas não consigo parar de compor”, diz.

E, para incentivar o futuro MC, é só clicar aqui e conferir o canal no Youtube. 

Veja um dos vídeos de Giovani:

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