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Artes

Assassinada, drag queen vira ícone de mostra cultural

Crime ainda não solucionado, Apollo Black foi morta em 2019; agora, seu nome é lembrado por meio de apresentações da cultura queer

Raul Delvizio | 21/01/2021 07:25
Mostra cultural leva agora o mesmo nome da drag queen Apollo Black, assassinada em 2019 (Foto: Arquivo Pessoal)
Mostra cultural leva agora o mesmo nome da drag queen Apollo Black, assassinada em 2019 (Foto: Arquivo Pessoal)

Até o dia 10 de fevereiro, já estão abertas as inscrições para as apresentações on-line na Mostra Cultural Apollo Black de Arte e Cultura LGBTQIA+, em homenagem à drag queen de mesmo nome assasinada em dezembro de 2019. O evento será virtual e conta com a produção da Casa Satine, entidade de apoio à comunidade queer aqui na Capital.

Cada selecionado receberá o cachê de R$ 500 pela apresentação. Serão eleitos o total de 30 artistas de Campo Grande, divididos em 7 categorias performáticas: Drag King, Drag Queen, Transformistas, Dança, Teatro, Música e Circo. Fica a livre escolha se a apresentação será solo ou em grupo.

A Mostra Cultural Apollo Black abre o calendário de eventos para a comunidade LGBT sul-mato-grossense no ano de 2021. "Ainda que virtualmente, a expectativa é continuar dando visibilidade às diferentes expressões artísticas desse grupo", afirma Karla Walesca  de Melo, coordenadora do espaço cultural da Casa Satine.

Apollo sempre foi consagrada em suas apresentações na cena drag (Foto: Arquivo Pessoal)
Apollo sempre foi consagrada em suas apresentações na cena drag (Foto: Arquivo Pessoal)

"É importante que haja esse reconhecimento para a sociedade de um modo geral. Somos plurais e isso será transmitido no palco por meio da Mostra Apollo Black", acrescenta.

Com aprovação no Edital Morena Cultura e Cidadania e com recursos da Lei Aldir Blanc, a data da live já está marcada: será realizada no dia 20 de março, com todas as apresentações em formato ao vivo no canal do YouTube da Casa Satine, isso a partir das 16h.

As inscrições podem ser realizadas pelo site oficial da mostra.

Aos 27 anos, Apollo morreu no finalzinho de dezembro daquele, por meio de um tiro no peito; crime ainda não foi solucionado (Foto: Arquivo Pessoal)
Aos 27 anos, Apollo morreu no finalzinho de dezembro daquele, por meio de um tiro no peito; crime ainda não foi solucionado (Foto: Arquivo Pessoal)

O crime – Eder Henrique Brites Ferreira Coenga (Apollo Black) foi assassinado na noite de 20 de dezembro de 2019 com um tiro no peito na rua Frederico Soares, bairro Santa Fé. Testemunhas relataram à época que o atirador estava em uma moto. A vítima seguia para a casa da mãe após ter saído do emprego, no Shopping Campo Grande. O Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegaram a ser acionados, mas ele não aguentou o ferimento e morreu no local. Até hoje o caso não foi solucionado.

O nome da mostra veio como uma homenagem a esse artista da cena queer campo-grandense, garantindo que seu legado fique marcado na história.

"Apollo representou com muita maestria a arte drag, ganhando prêmios e sendo consagrada na comunidade LGBT. Ela tinha características únicas, com inspiração na androginia, onde suas performances diferenciadas vieram para ser o seu sopro de liberdade e expressão artística. A mostra é uma linda homenagem, mostrando que ainda continua representada no cenário local, jamais esquecida", finaliza Karla.

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