Das Rosas e dos Manacás
Algum dia não muito distante, alguém muito especial me perguntou como eu poderia escrever uma poesia ou uma crônica qualquer com tamanha facilidade e emoção. Ao respondê-la então lhe disse: Sabe meu amor; essa sua indagação me remete a uma antiga conversa que tive com grandes imortais poetas e literatos, pois quando em mim começavam despertar o interesse pela poesia, pelo romance, e porque não dizer pela literatura em geral, busquei intelectualizar-me de maneira que eu pudesse compreender os sentimentos e o cotidiano das pessoas.
Com a devida vênia passo a destacá-los iniciando por Pablo Neruda; Neruda com toda sua incrível dedicação e solicitude me houvera dito naquela enriquecedora exaltação cultural, que escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias, e conclui; fácil assim! Evidentemente minha amada que obviamente não é tão simples como parece.
Porém, aquela inesquecível conversa que tivemos foi obra do meu desejo e da grande admiração que sempre nutri por Neruda. Passei a procurá-lo por vários de seus alfarrábios; dentre eles: Antologia Poética com tradução do poeta brasileiro Ferreira Gullar, Ode a Uma Estrela, que nos mostra que existem coisas que, aparentemente, cabem na palma das nossas mãos, coisas que desejamos e gostaríamos de tê-las sempre próximas e às vezes não percebemos. O amor é o foco de sua vida e de suas obras, que foi dedicada a Matilde Urrutia, sua última musa, que foi escrito em quatro partes - manhã, meio-dia, tarde e noite.
Evidente que com ele muito evolui até que pudesse rascunhar meus primeiros e tenros sonetos, pensamentos, e crônicas. De Neruda; procurei por Fernando Antônio Nogueira Pessoa, mais conhecido como Fernando Pessoa, vasculhando um pouco de suas obras, dentre as quais recomendo: Livro do Desassossego (Bernardo Soares), uma obra composta de fragmentos alternados entre diversos tópicos, que revelam a dialética emocional do poeta, seus amores e paixões, saberes e valores éticos e morais. Esta obra está bem próxima de ser considerado um romance. Pessoa; permeava de motivação minha inquietação poética, tal foi minha surpresa e alegria, quando ele me aconselhou para que as minhas palavras se mantivessem sempre vivas, de tal forma como também eu devesse escrever e viver para florescer outros jardins, em especial o jardim do meu amor; mais sem que eu perdesse em mente que o meu jardim poético deveria se abarrotar de todas as flores, de todas as rosas, e de todas as manacás brancas e azuis, e distribuir todos os dias para ela. E que assim então eu alcançaria a sensibilidade e a força da poesia e da crônica.
Que vivesse cada dia como se fosse simplesmente cada dia; nem o último nem o primeiro, mais que seria sempre o ÚNICO! Aliás, como único também é o meu amor por você minha inesquecível rainha!. Que eu não devesse reter minhas lágrimas, porque as lágrimas não derramadas invariavelmente esperam em lagos pequenos e frágeis, ou simplesmente transformam em rios invisíveis que correm para o âmago da desilusão, e da tristeza! Por fim, ainda respondendo a indagação presente; procurei e me esforcei por encontrar com Vinícius, pelos ares e bares de Copacabana! Foram momentos poéticos indescritíveis! Estava diante do meu guru intelectual, do grande poeta que detinha a mesma verve e sensibilidade do grande gênio da literatura brasileira; Castro Alves!
O poetinha, como era assim chamado por Toquinho, Tom Jobim, e outros amigos entre um chope e outro, um violão e uma mulher! Pesquisando suas inúmeras obras, incontáveis poemas, destaco: "Para viver um grande amor; Poemas esparsos, O Caminho para Distancia, posteriormente compilado como Sentimento Sublime, uma coletânea de poemas que já definia na época a verve poética e romântica do autor. Vinicius também me orientou e me influenciou em muito nos meus simples e humildes poemas, crônicas, contos, pensamentos e lirismo poéticos. Recomendava-me que nunca se esquecesse que o amor é imortal, posto que é chama sublime! Que a pior solidão é a da pessoa que não ama, e que eu deveria estar atento ao acalento do amor e do coração!. Mas que não seria eu que vivesse a vida por mim mesmo, e sim o amor da mulher amada que vivesse em mim, alimentando o meu amor para minha vida poder viver para ela!
Que cada verso meu seria, para que eu dissesse ao meu amor que eu sempre vou te amar, por toda a minha existência. Que eu não me considerasse um romântico imortal, posto que amor deva ser infinito enquanto dure!.Então meu amor entenda que não é tão difícil assim demonstrar e descrever sentimentos; basta ouvir os cânticos sublimes exalados da alma, tendo o amor como razão de tudo, e a felicidade de poder dizer que tenho saudades, em especial de ti, e que te amo tanto assim! Um grande beijo do seu poeta que não te esquece e que não te esquecerá jamais!
E por falar em saudade, por onde anda você?
(*) Carlos Fernandes, Economista, Advogado, pai de quatro filhas e avô de oito netas. Orgulho de pertencer a Arte Real!