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Artes

Juliana aprimorou talento da infância e fez 1º romance de uma saga misteriosa

Fantasia se passa no mundo de Ordália, planeta achatado assim como a Terra era tratada na Idade Média

Danielle Valentim | 08/04/2018 07:40
Na mesma levada histórica, a autora brincou com um dos mitos medievais mais conhecidos, e criou até um mapa para provar que Ordália é plana. (Foto: Divulgação)
Na mesma levada histórica, a autora brincou com um dos mitos medievais mais conhecidos, e criou até um mapa para provar que Ordália é plana. (Foto: Divulgação)

Para dar continuidade ao que já fazia quando criança, a professora universitária Juliana Feliz decidiu ouvir a voz interior e voltar à sala de aula para aprender o be-a-bá da criação literária. Aos 40 anos, a jornalista que também se graduou em Letras lança em maio o primeiro romance de ficção, As cinzas de Altivez. 

A autora garante que a vontade de escrever veio da infância e não com inspirações em sucessos recentes, como a saga Harry Potter, Senhor dos Anéis ou de episódios de Game of Thrones.

Mesmo assim, a prática surgiu há pouco tempo. “O livro começou faz 2 anos e foi uma promessa para mim mesma de que eu precisava escrever ficção. Quando criança já escrevia o estilo. Depois fiz jornalismo e só escrevia textos jornalísticos. Eu precisava de um estímulo para aprender algo novo e decidi mudar tudo, fazer algo que eu gostava e comecei a criação literária do be-a-bá. Porque às vezes a gente acha que sabe, mas não sabe. Pesquisei quais eram as artimanhas na criação de um personagem e buscava uma mulher, a força feminina”, conta.

Os personagens de Juliana são inspirados nos grupos cristãos reformistas, os Menonitas e Amish. Entre crenças e ideologias dos grupos, está a proibição da maioria das formas de comunicação moderna, incluindo telefones. Os Amish, ainda hoje rejeitam o uso de eletricidade e máquinas modernas e exigem o uso de carruagens. Já o cenário narrado e as ilhas criadas por sua imaginação fazem referência à Península Ibérica, que abrange Portugal e Espanha, locais visitados pela jornalista em janeiro desde ano.

Todo o enredo se passa no mundo imaginário de Ordália, totalmente plano, assim como a Terra era retratada por cristãos na Idade Média. A ideia de Terra plana foi relativamente presente na Grécia antiga e persistiu até o período clássico. Na mesma levada histórica, a autora brincou com um dos mitos medievais mais conhecidos e criou até um mapa.

Além disso, para não perder o ritmo da "idade das trevas" os personagens vivem sem energia elétrica e se locomovem em charretes. Eles são retratados sem vaidade, livres do consumismo, tecendo as próprias roupas, tradicionais e machistas, da mesma forma que os Amish e Menonitas costumam viver. Apesar da distância da modernidade, existem jornais e fotografia.

Conta o que? - Ariadne Ventura é uma jovem de 18 anos que vive em Miraluz, o vilarejo de Ordália onde a névoa é eterna. Ao investigar o desaparecimento de Corina Sanchez, uma antiga aluna do Educandário Lucidez, a protagonista chama a atenção do professor Richard Expósito, que mudará sua jornada depois de um encontro secreto.

Conforme anuncia a sinopse, estado e religião andam juntos e tudo ocorre diante de uma sociedade campestre, militarizada e autoritária, em que a "Ordem de Verus" tem poder absoluto. A meta é fazer com que a atmosfera de mistério do enredo capture o leitor para o desfecho de uma trama repleta de fantasia e aventura.

Cenário do livro e as ilhas criadas pela imaginação de Juliana fazem referência a Península Ibérica. (Foto: Divulgação)
Cenário do livro e as ilhas criadas pela imaginação de Juliana fazem referência a Península Ibérica. (Foto: Divulgação)

As cinzas de Altivez promete levar aventura e mistério ao público. Como autora independente, Juliana iniciou a pré-venda pelo site www.ascinzasdealtivez.com.br, para levantar recursos e imprimir 500 unidades, em princípio. A obra será lançada no dia 18 de maio de 2018, às 20h no Fran's Café.

Nascida em São Paulo-SP, Juliana Feliz vive em Campo Grande desde 1991 e é mestre em Estudos de Linguagens - Linguística e Semiótica (UFMS), especialista em Imagem e Som (UFMS), bacharel em Comunicação Social - Jornalismo (UFMS) e licenciada em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas (UNESA).

Em 2015 lançou seu primeiro livro, "O sapateiro descalço", que conta a trajetória da família Altounian, que fugiu do genocídio armênio e se fixou no Brasil. Em 2017, escreveu o livro comemorativo "Celeiro de Fartura", que conta os 40 anos da Famasul - Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul. O romance "As cinzas de Altivez" é sua primeira obra de ficção e é voltada ao público jovem adulto.

Capa do romance "As cinzas de Altivez" no cenário principal que inspirou a trama. Lançamento em 2018. Ilustração Alexandre Leoni.
Capa do romance "As cinzas de Altivez" no cenário principal que inspirou a trama. Lançamento em 2018. Ilustração Alexandre Leoni.
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