Lobinha do Bioparque ganha nome de Delinha, eterna “Dama do Rasqueado”
A loba, também chamada de cachorro-do-mato, é a primeira espécie de mamífero do Bioparque Pantanal
A nova moradora do Bioparque Pantanal agora tem nome e homenageia uma das maiores cantoras de Mato Grosso do Sul. Delinha é a primeira espécie de mamífero no local. O anúncio foi nesta quinta-feira (23).
A equipe do Bioparque guardou em segredo o nome da homenageada. Resgatada órfã em Nova Andradina, com apenas dois meses de vida, a "lobinha do rasqueado" não poderá voltar à natureza. Ela cresceu no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande e por ter se adaptado com presença de humanos será a nova embaixadora da educação ambiental.
O filho da eterna 'Dama do Rasqueado', João Paulo Pompeu exaltou gratidão com a homenagem à mãe que faleceu em 2022.
"Agora está eternizado aqui como uma lobinha, lobo é sempre um animal que chega com todos. Minha mãe era assim, olhava por todos. Nunca quis cobrar direito autoral. Para nós, é uma alegria."
A diretora do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, explicou que o ambiente onde a lobinha viverá foi adaptado. "Tem que ver o tamanho, o porte do animal para ver se a gente tinha condições. Então, a gente fez adaptações no tanque, equipamos funcionários para que ela tenha conforto e qualidade de vida aqui".
Ela complementou que a Delinha faz parte de um programa para conscientizar a população e os frequentadores do Bioparque sobre o cuidado com o meio ambiente. "É uma sementinha que estamos plantando e conecta com a cultura pela Delinha".
O secretário de Governo, Pedro Caravina, destacou a proteção à fauna de Mato Grosso do Sul. "Trazer a Delinha para cá é dar a oportunidade para que crianças conheçam e protejam a nossa fauna. Aqui no Estado ela é muito rica e precisamos cuidar".
Caravina citou ainda que foi uma avaliação com total responsabilidade do Cras e da equipe do Bioparque para decidir pela vinda ou não de Delinha para o novo habitat. O secretário finalizou que a homenagem configura uma parceria do Cras, Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) com a Fundação de Cultura.
"Nós estamos falando da história da nossa cantora, da nossa dama do rasqueado. Dentro desse trabalho de educação ambiental, destacando o nome dela para todos os visitantes que vêm ao Bioparque", exaltou Caravina.
A coordenadora do Cras, Aline Duarte, explicou que a única certeza é que Delinha é um filhote órfão e que chegou em outubro de 2021 para os cuidados do centro de reabilitação. "Esse animal acabou perdendo as características que são importantes para conviver no habitat natural. A gente viu que era um risco voltar à natureza. O Cras tinha objetivo de achar um local que apresentava infraestrutura necessária para recebê-la".
Uma das cuidadoras de Delinha será a bióloga Carla Kowaski. Ela detalhou como será o cuidado com a nova moradora do Bioparque. "O objetivo é que ela fique com a gente o máximo de tempo possível. Os cuidados eles exigem protocolos sanitários, protocolos nutricionais de bem-estar animal, então tem toda uma equipe envolvida de biólogos veterinários ou tecnistas que vão aplicar todos os cuidados diariamente para que a Delinha consiga ficar bem nutricionalmente, bem de saúde, de comportamento".
A bióloga complementou que Delinha terá uma 'agenda cheia' para que não fique ociosa no Bioparque. "Não é um animal que costuma ficar sozinho. Eles andam em casal, tem a questão dos períodos reprodutivos, eles têm os parceiros". Carla não descartou a possibilidade de ter mais um lobinho para fazer companhia a Delinha.
Dama do Rasqueado - A cantora Delanira Pereira Gonçalves faleceu aos 85 anos. Grande embaixadora da cultura sul-mato-grossense, Delinha ficou conhecida carinhosamente como a "Dama do Rasqueado" pelo talento nos palcos que arrastava multidões para os bailes. A chamamezeira nasceu em Vista Alegre, distrito de Maracaju, em 7 de setembro de 1936.
Ela se mudou com os pais para Campo Grande quando tinha 8 anos de idade e foi morar na então casinha de madeira, no Bairro Amambaí, onde viveu até seus últimos dias.
Pequenininha, cantava “A Jardineira”, música de Orlando Silva, o que levou sua mãe a colocar no coral da Igreja Perpétuo Socorro, na qual ela cantou até depois de noiva. Em 1968, perdera o pai e 18 anos depois a mãe, vítima de câncer.
Por causa da música, conheceu Délio, seu companheiro em mais de 50 anos de carreira. Os dois se casaram em 1958 e ficaram conhecidos como o “casal de onças do Mato Grosso”. A dupla gravou 19 LPs, 2 Compactos, 14 78 rotação, 4 CD's e 2 DVD's; são a dupla e os artistas sul-mato-grossenses com a maior discografia da história do Estado com 32 títulos. Ela se separou e depois casou-se com Jairo Barbosa. Ela perdeu os dois maridos. Depois disso, seguiu carreira solo.
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