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Artes

No estilo raiz, fãs do sound system comemoram retorno do Porão do Reggae

Com muito roots music, Daniel Jah Rebel e Diego Manciba comandaram as pick ups

Danielle Valentim | 09/06/2019 07:15
Coletivo Rockers Sound System é pioneiro no movimento e arrasta fãs nos últimos dez anos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Coletivo Rockers Sound System é pioneiro no movimento e arrasta fãs nos últimos dez anos. (Foto: Henrique Kawaminami)

Reggae direto do vinil. A cultura sound system resiste em Campo Grande e, neste sábado (9), Daniel Jah Rebel e Diego Manciba marcaram o retorno do Porão do Reggae, para alegria de quem curte o som roots.

Para quem não frequenta os rolês undergrounds é bom saber que, em Campo Grande, o coletivo Rockers Sound System é pioneiro no movimento e arrasta fãs nos últimos dez anos. Depois de um tempo sem evento, o Porão do Reggae abriu as portas e o Lado B foi conferir.

Colecionadores de disco, Diego Manciba e Daniel Jah Rebel aproveitaram o show para apresentar à galera a visão da música reggae prestigiada por eles.

“Estamos na resistência desde 2008 fazendo festa de reggae", defende Diego. (Foto: Henrique Kawaminami)
“Estamos na resistência desde 2008 fazendo festa de reggae", defende Diego. (Foto: Henrique Kawaminami)
"Nessa cultura a gente faz tudo, das caixas de som à apresentação”, completa Daniel. (Foto: Henrique Kawaminami)
"Nessa cultura a gente faz tudo, das caixas de som à apresentação”, completa Daniel. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Estamos na resistência desde 2008 fazendo festa de reggae. Porque também não tem muito lugar que comporta o nosso sistema de som, devido as leis e alvarás e isso implica em não poder estar presente com som completo. No ano passado, o som rolava aqui todo mês e estamos voltando com a festa mensal de novo”, declara Diego.

“Nós somos um coletivo. Nessa cultura a gente faz tudo, das caixas de som à apresentação”, completa Daniel.

O som das caixas gigantes começou, pontualmente, às 22h. A galera começou chegar aos poucos e a meia noite o público já marcava presença na casa.

Nohemi Pacheco, de 21 anos, nunca tinha ido a um show de reggae, mas gosta de dançar ao som do gênero. (Foto: Henrique Kawaminami)
Nohemi Pacheco, de 21 anos, nunca tinha ido a um show de reggae, mas gosta de dançar ao som do gênero. (Foto: Henrique Kawaminami)
Elisandra Oliveira, de 25 anos, decidiu conhecer o gênero por influência dos pais e dos avós. (Foto: Henrique Kawaminami)
Elisandra Oliveira, de 25 anos, decidiu conhecer o gênero por influência dos pais e dos avós. (Foto: Henrique Kawaminami)

Entre os presentes veteranos do estilo e outros nem tanto. A professora de balé Nohemi Pacheco, de 21 anos, nunca tinha ido a um show de reggae, mas gosta de dançar ao som do gênero. “É bem ritmado então para quem trabalha com dança, principalmente para mim que trabalha com balé clássico agrega na noção de musicalidade e de movimentação”, pontuou.

A acadêmica de administração Elisandra Oliveira, de 25 anos, decidiu conhecer o gênero por influência dos pais e dos avós. “Eu não tinha o contato de ir a uma balada com o estilo. Até desconhecia que Campo Grande tinha uma casa noturna que tocasse reggae”, disse.

Fã do estilo e ex-frequentador do Rockers bar, Ítalo Santos Ribeiro, de 21 anos, vai a intervenções de reggae para fortalecer o movimento. “Esse é um dos poucos lugares que tocam o estilo e eu conheço o pessoal do Rockers desde o bar na Manoel da Costa Lima”, diz Ítalo.

 Ítalo Santos Ribeiro, de 21 anos, vai a intervenções de reggae para fortalecer o movimento.(Foto: Henrique Kawaminami)
Ítalo Santos Ribeiro, de 21 anos, vai a intervenções de reggae para fortalecer o movimento.(Foto: Henrique Kawaminami)
Acadêmico de jornalismo Júnior Fernando, de 23 anos, também sente falta de um bar exclusivo para o estilo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Acadêmico de jornalismo Júnior Fernando, de 23 anos, também sente falta de um bar exclusivo para o estilo. (Foto: Henrique Kawaminami)

O acadêmico de jornalismo Júnior Fernando, de 23 anos, também sente falta de um bar exclusivo para o estilo. “Campo Grande não tem rolê assim, então é muito importante a abertura do espaço com uma opção alternativa”, defende Junior.

Para o mestre em sociologia e professor de capoeira Ettore Batalha, de 27 anos, o cenário do reggae em Campo Grande precisa de força.

“Muitas pessoas estão se projetando de forma nacional, mas a cena do reggae se enfraqueceu de uns anos para cá. Às vezes para se ter a qualidade de um som como este tem de sair daqui. Por aqui, todo rolê mais urderground é cíclico, não consegue se sustentar por muito tempo. Dá uma decaída porque já tem uma hegemonia cultural do sertanejo e pontos mais específicos, que são mais acessíveis. Para um rolê desse tem todo um custo, além da necessidade de muitos alvarás e por uma parcela da sociedade não consumir se torna mais perecível”, acredita.

O rapper Antônio Modesto, o Toni Jazz, de 21 anos, conta que conheceu o trabalho de Diego e Daniel no Porão, no ano passado. Para ele, o movimento urbano ganha força a cada evento como o de ontem. “A mensagem do reggae e o som das caixas próprias para o Sound System passam a mensagem do artista”, frisa.

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Para o mestre em sociologia e professor de capoeira Ettore Batalha, de 27 anos, o cenário do reggae em Campo Grande precisa de força. (Foto: Henrique Kawaminami)
Para o mestre em sociologia e professor de capoeira Ettore Batalha, de 27 anos, o cenário do reggae em Campo Grande precisa de força. (Foto: Henrique Kawaminami)
Para o rapper Toni Jazz, o Sound System tem uma energia especial.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Para o rapper Toni Jazz, o Sound System tem uma energia especial. (Foto: Henrique Kawaminami)
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