Agora, vence a eleição quem aprender a lidar com resiliência a partir de amanhã
Você está pronto para aceitar com o que a maioria dos brasileiros decidir?
Nesse domingo mais esperado que fim de Copa do Mundo, a ansiedade chega ao topo. Mas a partir de segunda, como fica o coração? Depois de tanta briga, o Lado B saiu à ruas para tentar descobrir o nível de preparo da galera para o que vem por aí. Você está pronto para aceitar o que a maioria dos brasileiros decidir? Qual será sua palavra de ordem: resiliência ou resistência?
Poucas vezes uma palavra ilustrou tanto a necessidade desta eleição. Resiliência é o poder de retornar à forma original após ter sido submetido a uma deformação elástica. É a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
Para Leandro Mendonça Barbosa, independentemente de quem ganhar, o lado progressista vai ter que se fortificar contra a intolerância. "As manifestações fascistas já estão instaladas e eu vejo que o Brasil está muito dividido, a margem de erro entre os dois candidatos é muito pequena. Isso vai exigir que nós intensifiquemos nossa luta contra essas ideologias autoritárias", comenta.
O discurso comum no pós-eleição, de que as pessoas vão se mudar do Brasil pela política, pra ele, é equivocado. "Eu acho que não é por aí. Na minha opinião precisamos fortificar a resistência".
O sociólogo Aparecido Francisco dos Reis é pragmático ao dizer que, independentemente de quem assumir o Palácio do Alvorada, não será fácil governar o País. "O presidente vai ter que lidar com o cenário de desemprego de mais de 13 milhões de pessoas sem trabalho, terá que lidar com a pobreza, a miséria e a fome que voltou a assolar os brasileiros, então não será um mandato fácil".
Ele reforça que, se o discurso assumido do novo presidente continuar de divisão de lados, todo esse cenário fica mais nebuloso. "Vai exigir um novo discurso, de ambos os lados, de conciliação, caso contrário chegaremos a um conflito certo. Afinal, as pesquisas indicam uma sociedade muito dividida, então quem ganhar não terá total apoio da população. O derrotado precisa, antes de tudo, reconhecer a derrota, atentar para o jogo democrático e aceitar que quem manda é a maioria".
O desafio, para Aparecido, estará justamente nessa mudança de fala. "Já viemos de uma divisão política com base nas classes sociais há pelo menos duas eleições anteriores. É uma questão de classe social: a classe média rica de um lado e os menos abastados de outro".
O eleitor José Roberto jura que vai aceitar o resultado das urnas. "Tem que aceitar o que estar por vir, afinal, democracia é isso", pontua ele.
O médico e professor aposentado Osvaldo Rodrigues se diz muito preparado para o que está por vir. "Eu só espero que os deputados e senadores mantenham a democracia. Ficaria muito triste se os jovens de hoje não pudessem ter os mesmos direitos que nós lutamos para conquistar".
A dica dos mestres religiosos é silenciar a mente e pedir pelo melhor. Na verdade, pedir para que o vencedor das eleições esteja na sua melhor versão para assumir a presidência do País. Com suas respectivas crenças, vale manter, rezar e até meditar por equilíbrio pessoal neste dia.
O padre Dirson Gonçalves, reitor do Santuário Estadual, apela para uma resiliência nível hard. Diz que passado esse tempo de disputa eleitoral, todos precisam voltar o coração para Deus, agradecer pela oportunidade de colaborar com o futuro da Nação, pedir a Luz Divina, a serenidade, sabedoria, para seguir em frente, sendo uma pessoa do bem, que fez e faz a sua parte, colaborando na construção de um mundo melhor.
"Todos, vencedores e vencidos, diante de um mesmo propósito: lutar e construir um mundo de paz e felicidade. Cessam as disputas e forma-se uma grande corrente do bem", afirma ele. Dirson sugere que todos tenham à mão no dia de hoje a Oração da Serenidade: "Concedei-me, Senhor a serenidade necessária para aceitar as coisa que não posso modificar. Coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para conhecer a diferença entre elas".
O budista Maurício Hondaku acredita ser a hora de manter-se conectado com os nossos princípios pessoais.
"Segundo Buda, todos os nossos sofrimentos são causados pelos três venenos mentais, da ignorância, da ira e da ganância, sendo assim, seja qual for a situação, nós devemos sempre nos pautar por evitar esses três venenos mentais e sempre fazer o bem, não importa aonde estejamos. Evitando esses venenos nós podemos entrar no caminho da iluminação, então o que desejamos a todos, a partir de agora é que a gente trabalhe ativamente pra eliminar esse três venenos, acolhendo todos independente do tipo de pensamento, do candidato, todos são acolhidos pela mesma compaixão do Buda", explica Maurício.