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Comportamento

Após 51 anos, Gilda realiza sonho de ter notícias da família nordestina

Gilda veio paraRibas do Rio Pardo ainda criança e só 51 anos depois, encontrou os familiares nas redes sociais

Bárbara Cavalcanti | 21/08/2021 08:10
Da esquerda à direita: Mãe de Gilda, dona Severina, uma das tias e uma vizinha de Pernambuco. (Foto: Arquivo Pessoal)
Da esquerda à direita: Mãe de Gilda, dona Severina, uma das tias e uma vizinha de Pernambuco. (Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de longos 51 anos, Gilda Dias conseguiu reencontrar toda a família. Natural de Pernambuco, ela deixou o estado ainda criança e perdeu o contato com os demais familiares. “Foi muito emocionante. 51 anos não são 51 dias, é muita coisa”, comentou.

Hoje, Gilda tem 57 anos, é casada e tem dois filhos adultos formados. Se diz muito grata à Mato Grosso do Sul por ter tido a oportunidade de poder dar melhores condições aos filhos. Porém, isso não diminuía a distância que ficou entre Gilda e a família. “Primeiro, agradeço muito à Deus, mas também aqui, a esse lugar, que foi onde pude formar meus filhos. Mas é muito gostoso poder ter notícias da família”, expressou.

Natural do município de Henrique Dias (PE), os pais de Gilda deixaram o sertão pernambucano na década de 70, em busca de melhores condições de vida. Primeiro, passaram um tempo em Minas Gerais, até virem para Ribas do Rio Pardo. Nessa mudança, Gilda relata que nesse meio do caminho, perdeu o contato completamente com boa parte da família.

“Naquela época, não tinha Whatsapp, não tinha telefone fácil assim. Nunca mais voltei em Henrique Dias e vivi minha vida sem notícias dos meus irmãos”, comentou.

O tempo passou, a mãe de Gilda faleceu, os filhos cresceram e com isso, vieram os questionamentos sobre a origem da família. “Eu nunca comentava nada sobre o assunto. Mas teve uma hora que não teve mais jeito, então, eu contei tudo sobre Pernambuco e sobre como não tinha mais contato com ninguém”, detalhou.

Foto do pai de Gilda (agachado ao centro), encontrada depois de muitos anos por um dos filhos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto do pai de Gilda (agachado ao centro), encontrada depois de muitos anos por um dos filhos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Então, o filho caçula de Gilda resolveu pesquisar na internet e nas redes sociais, pessoas com o mesmo sobrenome da família. “Ele pesquisou lá e foi me mostrando e, então, foi aparecendo todo mundo. Olha, eu fiquei tão feliz, que você nem imagina, foi uma felicidade muito grande ver primos, tios, tudo de novo depois de tanto tempo”, disse enquanto chorava emocionada.

Gilda não consegue conter a emoção ao falar sobre o reencontro. “A família é muito grande. Fizemos uma vídeo chamada com todo mundo, com 7 dos meus irmãos e ainda ficou faltando gente. Isso foi há pouco tempo atrás e eu ainda não consigo acreditar, sabia? Foi muito gostoso ter notícias deles de novo, conversar sobre o passado, voltar ao passado feliz, relembrar as coisas boas, apesar de eu ter dado a notícia de que nossa mãe já é falecida. Mas a sensação é de uma felicidade tão imensa, que tem horas que eu nem acredito, acho que ainda estou sonhando”, expressou.

Com o reencontro, Gilda ainda comenta que passou a refletir sobre toda sua trajetória. "Quando cheguei aqui, não estudei, nunca tive condições. Mas consegui trabalhar de maneira honrosa e dar estudo aos meus filhos, tenho um orgulho muito grande deles. Sem eles, inclusive, isso nem seria possível. Trabalhei muito, nem consegui ser presente na vida deles como eu gostaria, mas eles me dizendo que não é pra eu me sentir assim. A gente tem que valorizar muito a família”, comentou.

Gilda durante vídeo chamada com algumas das tias. (Foto: Arquivo Pessoal)
Gilda durante vídeo chamada com algumas das tias. (Foto: Arquivo Pessoal)

O próximo passo é poder ter um reencontro pessoalmente. “Não vejo a hora de poder viajar e reencontrar todos. Tenho familiares em Henrique Dias, em Sertânia, em Arco Verde e também no Recife”, detalha.

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