Cãopanheiro desde nascimento do bebê, cachorro age como irmão mais velho de Theo
Ninguém sabia ainda que Theo estava por chegar, quando o Golden Retriever da família foi o primeiro a sinalizar que mudanças estavam por vir. Talvez por já se sentir como irmão mais velho, ele acariciava a barriga mesmo sem um "motivo" aparente. Ringo, até então o caçula do casal Danúbia e Alexandre, é um amor de cachorro. Espuleta e desengonçado, "transferiu" o título de bebê da casa ao irmão sem titubear. Os registros de afeto e carinho entre os dois são de se apaixonar. Reflexo do quanto o bichinho é apegado ao pequeno dono.
Jornalista, Danúbia Krause, de 33 anos, descreve que Ringo descobriu, antes de todos, a gravidez. "Eu voltei de férias e ele começou a botar a cabecinha em cima da minha barriga. Queria mostrar que tinha alguma coisa acontecendo comigo", explica.
Durante a gestação, o cachorro acompanhou o processo. Na primeira consulta médica, logo que Danúbia contou da proximidade com o cão, ouviu um "não" do especialista que a fez trocar de obstetra. "Ele falou que cachorro e gravidez não combinavam. Eu tenho uma história de cuidar de cachorros há muitos anos e mudei de obstetra para um que aceitava a minha relação com ele", comenta.
Dos familiares e amigos, chegou a ouvir questionamentos receosos se o casal deixaria Ringo ficar tão perto do bebê. "Por que não? Ele é parte da minha família, veio antes do bebê", dizia. E influenciada por vídeos que circulavam pela internet, ela fez questão de gravar o próprio, da primeira lambida de Ringo em Theo, na apresentação dos dois depois de chegar da maternidade.
"Eu cheguei com o Theo da maternidade e coloquei ele na mesinha, para os dois se conhecerem. Eu nunca privei e ele já entendeu. O Ringo era um bebê e mudou todo o comportamento depois disso. Ficou mais tranquilo. Entendeu que tinha virado irmão mais velho ali", compara.
Estabanado com todos, com o bebê que hoje já tem 7 meses, Ringo tem todo cuidado até na hora de brincar. "Ele vem e 'mordisca', mas só a gente. No começo, era aquela curiosidade, de saber quem ou o que era esse bebê, ele sempre queria cheirar e assim ele foi conhecendo o Theo", descreve Danúbia.
De início, a mãe fala que o bebê não entendia que Ringo era um cachorro, mas hoje a relação dos dois já inclui interação. "Eu estou dando de mamar no quarto e o Ringo vem, o Theo já escuta, solta e olha. Ele sabe que o cachorro está ali, dá uma risada, gruda nele. Eu fui criando os dois normalmente, como se fossem duas crianças".
Do chorar até a primeira "sentada" do bebê, Ringo acompanhou tudo de pertinho. Quando as lágrimas de Theo escorrem, ele fica do ladinho, se mostra preocupado e se o choro não passa, até se desespera. Já nas comemorações, como quando Theo aprendeu a se sentar sozinho, Ringo pulou na cama para curtir o momento junto.
"O Theo interage como ele consegue. Puxa o pelo, o rabo. A primeira coisa foi fazer eles terem esse contato, desde o primeiro dia de vida. Eu não ia afastar o cachorro da minha vida e não queria que o Theo fosse alérgico. Eu tinha lido que quanto mais cedo a criança tem contato com o pelo do animal, ele não vai ser alérgico", reproduz a mãe.
O bebê não tem alergia ao pelo e nem a qualquer outra coisa. Juntos, eles brincam no tapete, dividem brinquedos e Ringo até fica de babá quando necessário. "Hoje, por exemplo, eu estava sozinha em casa e queria limpar a frente. Peguei o Ringo, amarrei numa árvore e peguei o cercadinho e coloquei o Theo do lado. Se um está vendo o outro, eles estão bem. O Ringo quer entrar na piscina do Theo, ele acha que é criança também", diz a mãe.
Amante dos animais, Danúbia quer e tem conseguido passar o mesmo afeto ao filho. "Quando ele vê outro cachorro, fica curioso. Sabe que não é o dele, então não se atira do mesmo modo. Mas tem um carinho semelhante", descreve.
Cãopanheiro, Ringo adora Theo. A mãe mal pode esperar as primeiras engatinhadas para que um comece a ir atrás do outro.