Cida superou depressão com corrida e comemora 70 anos em maratona
Atleta começou a correr para curar coração partido e ensina que o melhor remédio para a cabeça é o exercício
Dentre tantas histórias contadas pelo Lado B, algumas trazem relatos inspiradores de pessoas que, ao se encontrarem em uma batalha para vencer doenças mentais, como depressão e ansiedade, acharam no esporte uma maneira de canalizar as energias em exercícios físicos, e assim, voltar a desfrutar de uma vida mais saudável.
No mês dedicado a falar sobre a conscientização acerca da saúde mental, a doméstica e maratonista Aparecida Cesca, compartilha sua história de superação de um quadro depressivo, do qual conseguiu vencer através da corrida.
A atleta começou a correr para curar um coração partido e hoje, 30 anos depois, comemora seu aniversário de 70 anos correndo na 40ª edição da Corrida de Reis, e ensina que o melhor remédio para a cabeça, e o exercício físico.
Cida, ou "Aroeira", como é chamada no meio das competições, relata que passou por uma separação, de um casamento que durou longos anos, e após o término, desenvolveu depressão. Quem lhe ajudou a sair do fundo do poço foi seu irmão, que na época também corria, e a convidou para praticar o esporte.
Isso tá dentro de mim, eu não me vejo longe da competição. Curou tudo que tinha por dentro, transformou a minha vida, me ajudou a cuidar dos meus filhos, da minha casa. A minha vida mudou da água pro vinho. Inclusive, eu falo, quem tiver numa pior, procura um esporte, qualquer modalidade, não precisa ser corrida. Mas sai daquele sofá que fica ali só te dando angústia.
Sua primeira competição foi a corrida do Banco do Brasil, que aconteceu no Parque dos Poderes. Ela chegou em 6º lugar, e a colocação lhe motivou a buscar pódio. "Eu falei, bom, se eu cheguei em sexto, eu posso conseguir ser a melhor do Estado. E eu consegui ser a melhor, até uns 45 anos", conta.
Além de protagonizar inúmeras maratonas em Campo Grande e correr em diversas capitais do Brasil, Cida também já competiu em Bogotá, na Capital da Colômbia, e também na Argentina. Sua prova de maior percurso foi na cidade de Rio Grande, no Estado de Rio Grande do Sul, onde correu 50 quilômetros e conquistou o pódio, ficando entre os 10 melhores corredores.
Para conciliar o treino com o trabalho, e não perder a forma, Cida revela que costuma fazer o trajeto de sua casa, até a casa onde trabalha como doméstica, correndo. Ela sai da Rua da Divisão, no Jardim Parati, e percorre um trajeto de 12,5 quilômetros até o Bairro Cabreúva, próximo à UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).
Janeiro Branco
Lançada em 2014, a campanha do Janeiro Branco busca levar a conscientização sobre a saúde mental, criada com o objetivo de incentivar as pessoas a refletirem sobre o cuidado com o bem-estar emocional e psicológico.
A ação ocorre anualmente no mês de janeiro e busca quebrar tabus relacionados aos transtornos mentais, promover a importância da terapia e incentivar a busca por ajuda profissional. O primeiro mês do ano foi escolhido pois é, tradicionalmente, associado a recomeços e novas metas, para estimular a reflexão sobre o equilíbrio emocional e a saúde mental ao longo do ano.
A psicóloga Mônika Christine Papa destaca que falar sobre o tema tem se tornado cada vez mais importante, principalmente levando em consideração o tempo atual em que vivemos, a grande carga de trabalho e a exposição à internet.
Apesar de a saúde mental ser um tema que deve ser debatido o ano inteiro, a profissional destaca também que a campanha tem contribuído para fomentar o autocuidado e o cuidado com a saúde física, que também faz parte desse processo.
"Acho que a prática de esportes atrelada a esses cuidados, ela auxilia muito a redução dos níveis de ansiedade, dos quadros depressivos e não só de depressão e ansiedade, mas também com outras doenças, outros quadros de adoecimento psicológico que podem acontecer dentro desse processo. O esporte auxilia na diminuição desses quadros e pode ser um grande aliado desse processo terapêutico", afirma.
Além disso, Mônika finaliza salientando que é importante dar atenção aos sinais do corpo, e buscar ajuda profissional se necessário.
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