ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEGUNDA  18    CAMPO GRANDE 32º

Comportamento

Cidade não tem touro de ouro, mas bois fazem sucesso nas fachadas

Em alguns locais, estruturas foram montadas há mais de dez anos e mistério é saber quem fez a obra

Jéssica Fernandes | 01/12/2021 08:11
Touro e Cowboy estão no cruzamento das Ruas Marechal Rondon e José Antônio. (Foto: Kísie Ainoã)
Touro e Cowboy estão no cruzamento das Ruas Marechal Rondon e José Antônio. (Foto: Kísie Ainoã)

Por aqui, nunca apareceu um touro de ouro, como a polêmica estátua de São Paulo. Mas estruturas de bois estão espalhadas em diferentes regiões de Campo Grande e fazem parte do cenário urbano. Há anos, nos mesmos pontos, a presença dos bois e também de touros é ponto turístico e parada obrigatória para fotos.

Apesar do sucesso das estátuas, a origem delas é um mistério para os funcionários que trabalham nos estabelecimentos onde elas estão posicionadas. O Lado B passeou pela cidade para tentar descobrir a história dos bois e a identidade dos artistas que assinam as obras.

Localizada entre o cruzamento das Ruas Marechal Rondon e José Antônio, o monumento do cowboy montando um touro chama a atenção na esquina. Em cima do bloco de concreto, o bicho tem as patas dianteiras apoiadas na superfície, à medida que as traseiras estão livres no ar.

A estrutura pertence à loja Country & Cia, que comercializa roupas e artigos especializados nessa vertente. Fátima Faria, 68 anos, trabalha no lugar há mais de 30 anos e conta que a imagem do animal foi inspirada no melhor touro de rodeio brasileiro. “Ele era colorido, mas pintaram todo de preto, porque o touro bandido estava famoso em Barretos. Todo dia tiram fotos, homens, crianças, todo mundo”, afirma.

Loja instalou touros nas paredes e inseriu outros objetos decorativos. (Foto: Kísie Ainoã)
Loja instalou touros nas paredes e inseriu outros objetos decorativos. (Foto: Kísie Ainoã)

Sobre a origem do bicho, ela relata que a obra foi trazida de Dourados, município onde existe outra unidade da marca. “Nossas coisas tem mais de 40 anos, tem jornal antigo da empresa que conta história do boi e do cowboy, mas eles vieram da empresa de Dourados", explica.

De acordo com o funcionário Diego Barbosa, os bois foram instalados há menos de dez anos. Ele confirmou que os dois vieram de Dourados, mas revelou que a confecção ocorreu em São Paulo. “Instalamos no mínimo há uns quatro anos, é antigo de fabricação. Eles vieram de Dourados, mas foram fabricados em Presidente Prudente”, conta.

Posicionado entre um cercadinho de madeira e com direito a grama, outro touro também faz sucesso. Na Rua Rui Barbosa, o bicho é a decoração da Pró-Rural Agropecuária e enfeita a calçada. Como os dois anteriores, ele atrai os moradores, que não perdem a oportunidade de tirarem fotos.

Na Rui Barbosa, estrutura fica dentro de um cercado de madeira. (Foto: Jéssica Fernandes)
Na Rui Barbosa, estrutura fica dentro de um cercado de madeira. (Foto: Jéssica Fernandes)

Rafael Junqueira é empregado da empresa há 12 anos e revela que o boi já estava quando chegou. Sobre quem fez a peça, sabe somente que o local encerrou as atividades. “Faz mais de 20 anos que ele está aí, na época, foi mandado fazer na saída de Rochedo, mas hoje, não tem mais o espaço lá”, afirma.

No Galpão da Costela, no Bairro Santa Fé, o touro rico em detalhes, que fica próximo a placa da loja, é assinado pelo artista Ivolin Ramos, 58 anos. Ao Lado B, o homem confirmou que é o dono da obra desse e de outro empreendimento do ramo. “Eu criei a da Ceará e da Bandeirantes, fazia essas peças no tamanho original do boi, mas depois, comecei a mexer com outras coisas”, inicia.

Ele comenta que, no momento, confecciona estruturas de araras, tucanos e demais aves símbolos da região sul-mato-grossense. “A maioria dos municípios tem meus monumentos, como Naviraí, Caarapó, Coronel Sapucaia e Três Lagoas. Em janeiro, vou fazer um carro de boi em Antônio João e restaurar uma araras”, diz.

No Bairro Moreninhas, boi virou ponto de referência. (Foto: Jéssica Fernandes)
No Bairro Moreninhas, boi virou ponto de referência. (Foto: Jéssica Fernandes)

No Bairro Moreninhas, o boi da Agro Pet Fazendinha virou referência de localização. O médico-veterinário e proprietário do espaço, Rubens Elias Júnior, 51 anos, fala que diariamente vê os moradores tirando fotos ao lado da estrutura. “É ponto de referência, o pessoal pergunta qual entrada, falo que tem o boizinho. Todo dia alguém tira foto, falo que se ganhássemos por fotos, venderíamos mais que na loja”, ri.

Sobre o responsável pela obra, Rubens diz que contratou o serviço de um conhecido, mas que não o vê há alguns meses. “É de um amigo, o Marcelo, mas faz horas que não o vejo e ele não vem aqui”, comenta.

Com uma estética diferente, um boizinho colorido é novidade na Avenida Afonso Pena com a Rua Rio Grande do Sul. Ele pertence ao restaurante Barreto e foi criado a pedido da proprietária Marina Barreto, 48 anos. “Existe uma parada mundial chamada CowParade e cada vaca remete a uma região. Essa vaca é idêntica ao CowParede, mas fizemos a de Mato Grosso do Sul. Quem executou a ideia foi o artista plástico Ageu e o Michael Davis grafitou”, ressalta.

Boi colorido está na Avenida Afonso Pena com a Rua Rio Grande do Sul. (Foto: Geniffer Rafaela)
Boi colorido está na Avenida Afonso Pena com a Rua Rio Grande do Sul. (Foto: Geniffer Rafaela)

Embora seja pequeno, a fama desse boi repercute em toda a cidade. Na Avenida Afonso Pena com a Rua Joaquim Nabuco, a Churrascaria Nossa Querência ganhou fama com o pequeno boizinho que está há 41 anos no mesmo local. A fama dele foi matéria no Lado B sobre fachadas que substituem nomes comerciais.

O proprietário José Nivaldo Lopes Filho, 40 anos, fala que a peça foi encontrada pelo pai nos fundos do estabelecimento e anualmente ganha uma pintura nova. “Quando compramos, o boizinho já estava, mas nos fundos da churrascaria”, expressa. Por terem achado sem querer o boi no espaço, a autoria da obra é um mistério não solucionado até hoje.

Boizinho ocupa há 41 anos fachada de restaurante. (Foto: Arquivo Pessoal)
Boizinho ocupa há 41 anos fachada de restaurante. (Foto: Arquivo Pessoal)

Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Nos siga no Google Notícias