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Comportamento

Com carona de mexicanos, campo-grandense chega a aeroporto de Tel Aviv

Ele recebeu ajuda da embaixada do outro país para chegar a salvo no local

Por Cassia Modena | 10/10/2023 12:15
Como está hoje o movimento no aeroporto (Foto: Arquivo pessoal/Luca Sauer)
Como está hoje o movimento no aeroporto (Foto: Arquivo pessoal/Luca Sauer)

Mais perto de voltar a salvo para o Brasil e se distanciar dos conflitos entre Israel e o grupo palestino Hamas, o campo-grandense Luca Montenegro Sauer contou com ajuda extra do acaso. Graças à carona de mexicanos, conseguiu chegar seguro ao aeroporto de Tel Aviv, na costa israelense.

Ele, que tem 20 anos e hoje estuda História em Niterói (RJ), chegou ao Oriente Médio em 27 de setembro para participar de congresso internacional em Belém, na Cisjordânia. Conheceu lugares próximos da cidade, apresentou um artigo e foi surpreendido pelo conflito pouco antes da data prevista para o retorno.

Até domingo (8), estava em um hostel na cidade de Hamallah. Conseguiu sair de lá na segunda-feira (9) e ir até o aeroporto num trajeto que começou em um carro blindado, seguiu num bonde e terminou num trem.

A sorte de Luca foi ter conhecido no congresso uma mulher que é membro da Embaixada Mexicana. Ela se solidarizou e ofereceu transporte ao campo-grandense e a outra colega brasileira que também conheceu no evento.

"Foi um trajeto tranquilo. Teve momentos tensos ao passarmos nos check-points de Israel, inclusive dos mais estratégicos, mas estavam abertos para passagem e correu tudo bem", conta o estudante.

Luca teve dificuldade de contatar a Embaixada do Brasil para conseguir sair do local onde estava hospedado. A ajuda da mexicana foi decisiva para chegar até o aeroporto, onde ficará esperando o voo comercial da companhia Emirates marcado para amanhã (14), quando é noite em Israel.

Voo da FAB - O estudante chegou a fazer contato com a Embaixada brasileira e preencher formulário para ser colocado em lista de passageiros que serão repatriados em voos da FAB (Força Aérea Brasileira). Diante da incerteza de quando vai embarcar, preferiu manter a passagem já comprada da Emirates.

"Soube que brasileiros entraram na sala de embarque, mas ainda não falaram se o primeiro avião da FAB decolou ou não. Preferi seguir no meu voo que já estava marcado, antes de o conflito começar, inclusive", detalha.

Ele soube que voos da mesma companhia estão embarcando de Tel Aviv. Isso o mantém tranquilo.

Abandonado pela cia - O advogado Ely Silveira, 35, também é campo-grandense. Ele viajou para Israel, mas iria embora antes de Luca.

Chegou ao aeroporto bem no dia que o conflito começou. Desde sábado (7), dorme no chão e faz refeições nos guichês, enquanto busca alguma forma de voltar ao Brasil.

Ely, quando chegou ao aeroporto (Foto: Arquivo pessoal)
Ely, quando chegou ao aeroporto (Foto: Arquivo pessoal)

Diferente do que fez a Emirates, a companhia aérea que o embarcaria é da Croácia e fez vários cancelamentos de voos desde então e, hoje, enviou e-mail a Ely recomendando que procurasse a Embaixada brasileira.

"'Caros passageiros, os encorajamos a procurar a embaixada de seu país em Israel e verificar as opções de evacuação', diz o texto. Falaram 'se vira'", diz o advogado. Ele reclama do "abandono" da empresa.

O advogado teve as férias em parte frustradas pelo conflito político-militar que atinge o Oriente Médio e resultou em mais de mil mortes. Ele havia visitado os tios em Israel e seguiria para a Croácia. Os familiares estão bem e abrigados em local seguro, segundo o sobrinho.

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