De porteiro a fotógrafo, João agora é destaque na Arábia Saudita
Aos 22 anos, campo-grandense teve chance que nem imaginava
Aos 22 anos, o campo-grandense João Santos, que é fotógrafo e filmmaker, teve a chance que muita gente sonha nessa idade: trabalhar fora do País. Hoje, ele é fotógrafo pessoal do jogador de futebol Michael, que integra o clube mais famoso e rico da Arábia Saudita, Al Hilal. E a oportunidade surgiu quando ele menos imaginava.
João faz todo material audiovisual (foto e vídeo) no dia a dia do jogador e administra as suas redes sociais. “Gosto quando fazemos vídeo até saindo de casa, e quem ama futebol vai entender, é uma experiência única vivenciar isso no dia a dia”, diz o campo-grandense.
Tudo começou quando João teve a chance de trabalhar numa produtora de eventos em Campo Grande, da Dut’s. A empresa que também atua com marketing esportivo foi a ponte entre João e Michael no final de 2021. Foi quando neste ano, quando menos imagina, o convite caiu da mesa.
Apesar do medo e da falta do idioma, João não pensou duas vezes em largar Campo Grande para encarar o novo desafio. “No começo, foi um pouco difícil me adaptar, principalmente, mas por conta do fuso horário, a diferença de Campo Grande para Riad, aqui na Arábia Saudita, são de 7 horas. Então, eu sempre estava com sono”, lembra.
No entanto, a receptividade do clube e do jogador amenizou qualquer desafio com a mudança. “A receptividade foi muito boa, melhor do que imaginei. No primeiro dia que fui ao clube junto com o Michael, todos me receberam bem, pude conhecer a estrutura incrível que tem o maior clube da Ásia e alguns brasileiros que compõem o time também”.
Mas o maior choque cultural, na visão de João, foi o idioma. “Eu nunca havia saído do Brasil. Aqui, além do árabe, eles falam inglês. Estou me adaptando ainda ao idioma, já aprendi bastante palavras em árabe e no inglês, estou conseguindo me comunicar bem”.
João também se surpreendeu com as regras e com o calor. “E todas são seguidas à risca, todos respeitam também. Faz muito calor, tem dias que o termômetro bate 45 graus, mas ouvi dizer que no final do ano faz frio, chega a 8 graus”.
E é fácil entender como João tem superado todos os desafios quando ele lembra da sua trajetória com a fotografia. Muitos nem sabem, mas ele já até reprovou na disciplina. “Iniciei na fotografia em 2019, quando tranquei meu curso de publicidade e propaganda e comprei minha primeira câmera para me aventurar na área. O valor do curso não estava barato, então decidi parar de estudar para trabalhar. O curioso é que quando eu ainda estudava, reprovei em fotografia na faculdade”.
Mas nada fez ele desistir da carreira. No começo de 2020, João recebeu uma proposta para trabalhar em Goiânia com artistas do sertanejo. “Tentei me aventurar, veio a pandemia e acabei voltando para Campo Grande. Fiz um bico aqui, outro ali em meio a pandemia, até me fixar como porteiro em um prédio, onde aprendi bastante nessa profissão. Com o fim da pandemia, pude voltar a trabalhar na área que eu gosto e até então, não parei mais”.
Hoje, ele convive com a saudade do Brasil, onde deixou família e amigos, mas seu foco está em um objetivo: realizar todos os seus sonhos. “Por isso eu trouxe aquele sertanejo no coração, sempre estou ouvindo por aqui para matar a saudade”, diz. “E se eu pudesse dar uma dica, não tenham medo de aprender novas culturas, novas línguas e nem de conhecer novos países. São experiências que levaremos para a vida”, finaliza o fotógrafo.
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