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Comportamento

Depois de ser salvo por Fusca, Paulo transformou amor em coleção

Relação com o carro começou quando Paulo tinha apenas três anos e sofreu um acidente doméstico

Aletheya Alves | 24/06/2022 06:35
Paulo Aurelio Franquini é apaixonado por Fuscas e tem coleção dos carros em miniatura. (Foto: Aletheya Alves)
Paulo Aurelio Franquini é apaixonado por Fuscas e tem coleção dos carros em miniatura. (Foto: Aletheya Alves)

Quando tinha 4 anos, Paulo Aurelio Franquini foi “salvo” por um Fusca branco e, desde então, o amor pelo carro só cresceu. Na época, ele sofreu um acidente doméstico e, entre tantos veículos que passavam pela rua, o único que parou e aceitou levá-lo ao hospital mais próximo foi o modelo que hoje se tornou item de coleção pessoal.

“Sempre quis um Fusca de verdade, mas nunca tive a chance de ter. Então, enquanto não tenho o de verdade, fico com os de brinquedo”, Paulo brinca. Atualmente com 37 anos e aposentado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), conta com cerca de 100 fusquinhas.

Modelos de cores variadas entraram para o acervo. (Foto: Aletheya Alves)
Modelos de cores variadas entraram para o acervo. (Foto: Aletheya Alves)

Relembrando como a relação com o carro começou, Paulo detalha que ainda bebê foi diagnosticado com hemofilia - uma doença que afeta a coagulação do sangue e até hoje complicações com a doença requerem muitos cuidados. Alguns anos depois do diagnóstico é que o acidente dentro de casa aconteceu.

Paulo detalha que estava brincando e pegou uma faca, depois de se cortar, o desespero tomou a casa.

Eu estava fazendo arte e me cortei com uma faca de pão. Por eu ser hemofílico, foi superficial, mas o medo era de ter acertado a jugular. Minha tinha me pegou, saiu correndo e me levou para a avenida pedindo por socorro, mas nenhum carro parava, conta Paulo.

Sem ter o que fazer, a tia seguiu gritando por ajuda e, em uma tentativa extrema, Paulo relata que ela se jogou na frente de um Fusca. “Um Fusca branco, já velhinho, e ela pedindo pelo amor de Deus para me socorrer. Lembro dela entrando no Fusca e depois não lembro de mais nada”.

Naquele episódio, Paulo foi levado para o hospital e, apesar do perigo e de ter pedido muito sangue, sobreviveu. Ele conta que o amor pelo carro começou ali, mas sem ter condições financeiras precisou esperar crescer para iniciar a coleção.

“Comecei a coleção depois que tinha mais de 20 anos e até gosto de outros carros, mas o Fusca é especial. Com ele, eu deixo alguns outros carros que tenham alguma ligação histórica ou mecânica também”, explica.

Além do Fusca, o modelo Porsche também integra o grupo dos carrinhos. (Foto: Aletheya Alves)
Além do Fusca, o modelo Porsche também integra o grupo dos carrinhos. (Foto: Aletheya Alves)

Devido a essas ligações é que modelos como Porsche e a Kombi se uniram na coleção dos fusquinhas de Paulo. “O criador do Porsche é o mesmo que criou o Fusca e a Kombi tem a mesma mecânica. Alguns outros carros que tenham essa similaridade também entram na coleção”.

Tendo conseguido o Fusca branco para o acervo pessoal, Paulo abrangeu outras cores e características famosas para adicionar à coleção com modelos que remetem ao filme “Herbie - Meu Fusca Turbinado” e até baleiro de vidro em forma de Fusca.

Sem enjoar do modelo, Paulo conta que seu desejo principal realmente continua sendo ter um Fusca “de verdade”, mas que assim mesmo a coleção não vai parar.

Modelo que remete ao filme Herbie - Meu Fusca Turbinado integra a coleção. (Foto: Aletheya Alves)
Modelo que remete ao filme Herbie - Meu Fusca Turbinado integra a coleção. (Foto: Aletheya Alves)

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