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Comportamento

Expectativa deixa tudo mais romântico, mas pode amargar a realidade

É mecanismo de sobrevivência, porém muitas vezes imaginamos alto demais e o tombo é proporcional

Jéssica Benitez | 06/10/2022 07:25
Trabalhar o máximo com a realidade pode ser determinante para conseguir suportá-la.
Trabalhar o máximo com a realidade pode ser determinante para conseguir suportá-la.

Parece tarefa simples quando está na teoria, mas alinhar expectativas é algo que pode beirar o impossível se tentarmos pôr realmente em prática. Talvez porque para isso é preciso admitir uma série de coisas,  sendo a maioria delas ruim.

E a partir do momento em que você finalmente assimila que determinados assuntos são mesmo o que temia o caminho é sem volta. Daí vem a fase de colocar as coisas em seus respectivos lugares, depois sofrer um certo luto por perder algo que na verdade nunca existiu e enfim o alívio por se livrar das amarras de sempre esperar por algo que simplesmente não vai rolar.

Isso vale para vida como um todo, mas, obviamente, vou aplicar aqui à maternidade. Quando o bebê nasce ouvimos diversas vezes que tudo muda após os três meses, então, corremos até o calendário e marcamos a data em que o primeiro trimestre de vida será concluído.

Depositamos toda nossa esperança de que do dia para a noite a chavinha vá virar e as noites serão de sono ininterrupto, o colo será menos solicitado, o choro perderá a frequência e a vida correrá feliz para sempre! Aí o tão esperado dia chega e (fóin, fóin, fóin, fóin) tudo segue absolutamente igual!

Também há a expectativa sobre pessoas. Na gestação a gente vive cercada de gente e após o parto as coisas vão se acomodando até que sobre pai, mãe e filho na maior parte do tempo. Percebemos que rede de apoio não se trata de pessoas que podem te dar uma mão às vezes e, quando aceitamos que estamos sós de verdade, novamente vem o balde de água fria.

Há ainda as esperanças sobre o parceiro no papel de pai, além do casamento e até mesmo as que não correspondemos a nós mesmas. Tipo, quando meu filho nascer eu vou ser muito paciente, nunca vou gritar, sempre haverá dialogo. Não haverá birra. Comigo vai ser diferente! Até a realidade bater à sua porta (ou na sua cara mesmo).

Faz parte da vida idealizar o lado romântico da coisa. É mecanismo de sobrevivência, porém muitas vezes imaginamos alto demais e o tombo é proporcional.

Portanto, alinhem as expectativas! Você verá que trabalhar o máximo com a realidade pode ser determinante para conseguir suportá-la.

Jéssica Benitez é jornalista, mãe do Caetano e da Maria Cecília e aspirante a escritora no @eeunemqueriasermae

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