Família constrói casinhas na rua e ainda dá ração para cães e gatos abandonados
Na Mata do Segredo, um pequeno "condomínio" animal foi construído para cães e gatos que vivem pelas ruas do bairros. Quem não tem dono, pode tirar um soneca livre do sol e da chuva, e ainda comer ração.
A família da cabeleireira Telma Chaparro, de 43 anos, providenciou 3 casinhas de madeira, cobertura e alimento. Assim, os animais que passam o dias pela rua têm um lugar quentinho. Foi o jeito que ela arrumou para ajudar o maior número, porque não consegue resgatar todos e levar para dentro de casa.
O espaço foi construído em um terreno baldio, ao lado de casa dela, na Rua Foz do Iguaçu. A ideia, segundo Telma, foi do marido Uziel Chaparro, que também sempre alimentava os cães da rua. "Uma vez, ele começou a cuidar de um cão que apareceu por aqui e ele resolveu fazer uma casinha. Mas depois de um tempo a gente viu que tinha muito mais cães e ele decidiu investir nesse abrigo", mostra.
A ação mudou o cenário da rua, que ainda tem poucas residências. Por conta da distância, Telma já perdeu as contas de quantos animais já apareceram abandonados por ali. "Muita gente deixa escapar ou até abandona. Uma vez apareceu uma cadela pequena cheia de filhotes. A gente ficou cuidando, dando água e comida. Quando elas vão melhorando, alguém leva ou vão embora sozinhos", conta.
O marido comprou três casas de madeira, construiu uma cobertura com telhas e fez uma calçada, para proteger da água da chuva e da lama. Dentro de cada casinha, há cobertores e do lado de fora não falta água e ração. Durante o dia são poucos os cães que permanecem no local, mas no fim de tarde, até cachorro que tem lar já descobriu o cantinho bem ao lado da residência de Telma.
"Aparece de vários lugares. A gente fica feliz porque é o jeito que conseguimos ajudar. Se eu pudesse, levava tudo para casa, mas já tenho quatro e não cabe mais. Então a gente cuida do lado de fora. Meu marido está sempre olhando, vendo se eles estão bem por aqui", diz.
Além do abrigo, Telma ajuda até animais de outras regiões. "A gente vê muito cachorro na rua. Sempre carrego um saco com ração dentro do carro, quando encontramos, damos um pouco de ração para eles se alimentarem", conta.
Aos 12 anos, Vinícius é outro vizinho com coração aberto aos cães. Ele não construiu um abrigo, mas já resgatou quatro cachorros na mesma rua. O garoto mora perto dali com a família e quando sai para passear, os cachorros dele já conhecem o cantinho que tem comida. "Eles sabem o caminho, lá em casa tem ração, mas eles acabam vindo", conta.
O menino diz que ama cachorros e foi com o apoio do pai, que conseguiu adotar alguns na região. "Eu sempre encontro eles quando já estão morrendo, mas meu pai deixa eu levar para casa e hoje estão bem. Se eu pudesse pegava todos", conta o menino enquanto brinca com o cãozinho que ganhou o nome de Spike.
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