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Comportamento

Jair Damasceno virou sala, que guarda um de seus bens valiosos

Sala em universidade leva o nome do ator e guarda acervo literário que ele deixou de herança para acadêmicos

Thailla Torres | 05/12/2022 08:54
Todos os livros de sua biblioteca foram doados para universidade. (Foto: André Bittar)
Todos os livros de sua biblioteca foram doados para universidade. (Foto: André Bittar)

Quando o curso de Artes Cênicas da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) iniciou suas atividades em Campo Grande, em 2010, foram dias muito difíceis, com falta de espaço físico e professores. E foi nessas circunstâncias que o ator e diretor Jair Damasceno se revelou um grande parceiro. À época, ele aceitou o pedido de um dos professores da universidade para falar de sua trajetória, assim como debater outros assuntos envolvendo a arte e a cultura. Uma contribuição lembrada com muito carinho pela academia.

Um ano e cinco meses depois de sua morte, Jair Damasceno segue “vivo” na memória e no coração de boa parte de ex-alunos, professores e profissionais da universidade. As boas lembranças foram agora materializadas em uma sala que leva o nome do ator. O cenário guarda o acervo bibliográfico pessoal de Jair, que ele deixou de herança e pediu que fosse doado à universidade.

O diretor e professor Fernandes Ferreira de Souza lembra que, alguns dias após a partida, recebeu uma ligação que revelava que o desejo de Jair era deixar um de seus bens na UEMS. “Aceitamos prontamente e iniciamos os trâmites e a preparação do espaço. Isto se tornou realidade no último dia 23 de novembro, e as professoras Chris e Gabriela foram fundamentais”, explica Fernandes.

Sala onde está acervo de Jair Damasceno, na UEMS. (Foto: Arquivo Pessoal)
Sala onde está acervo de Jair Damasceno, na UEMS. (Foto: Arquivo Pessoal)

Gabriela Salvador, professora do curso de licenciatura em Dança da UEMS, lembra que Jair foi um grande amigo do curso e esteve presente em cada momento importante. “Quando ele faleceu e soubemos que ele havia deixado o acervo para a universidade ficamos muito emocionados. Foi um presente muito importante para manter o legado e a presença dele de algum modo”.

A sala toda preparada para receber os livros agora está disponível para a comunidade acadêmica. No dia da inauguração, o decorador Sérgio Carvalho, amigo que esteve ao lado de Jair até os últimos minutos de sua vida, participou da cerimônia de abertura da sala e se emocionou. “A universidade recebeu esse material, catalogou e criou essa sala. Estar presente nesta homenagem me emocionou muito e ficará guardado pra sempre”, descreveu.

Jair, artista amazonense, faleceu em junho de 2021, vítima de câncer. Foi um dos maiores artistas do estado de Mato Grosso do Sul. O interesse pela arte teve início no ambiente familiar, especificamente, pelo pai amante de poesias e mãe que tocava violão, cantava e dançava. Conheceu o teatro em Manaus e consolidou a carreira artística por aqui, deixando boas histórias e muitos ensinamentos sobre a cultura.

Sérgio ao lado da placa que leva o nome de Jair. (Foto: Arquivo Pessoal)
Sérgio ao lado da placa que leva o nome de Jair. (Foto: Arquivo Pessoal)

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