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Comportamento

Levi ficou 2 anos construindo ‘casa’ que intriga todo mundo em bairro

Feita com itens recicláveis, a estrutura é inspirada em tudo, desde capítulo bíblico a viagem em Miranda

Jéssica Fernandes | 06/10/2022 06:25
Na Avenida das Bandeiras, mini casa é motivo de curiosidade. (Foto: Marcos Maluf)
Na Avenida das Bandeiras, mini casa é motivo de curiosidade. (Foto: Marcos Maluf)

A estrutura é curiosa, confusa e provocativa porque te desafia a olhar mais de uma vez para ser entendida. Em cada ângulo existe um detalhe diferente que é invenção de Levi Antônio, de 48 anos. Na Avenida das Bandeiras, a mini casa apoiada na árvore da calçada é uma expressão artística que ficou décadas ‘presa’ na cabeça dele.

Feita com itens recicláveis, a estrutura tem desde forro PVC a piso quebrado. Ela foi criada em volta da árvore da residência onde ele mora há mais de 30 anos. Há dois anos, Levi começou a desenvolver a obra que simula três andares com direito a escada lateral e barco de madeira.

Levi explica que o objeto é resultado de uma palavra bíblica que ouviu de um conhecido. “Uma das maiores conversas que ouvi de uma pessoa que expressou justamente o capítulo 37 de Ezequiel. Aquilo me chamou a atenção, sai de um lugar para outro totalmente diferente. Mesmo contra a minha vontade isso me tocou”, afirma o morador.

Levi é o responsável por criar a mini casa com itens recicláveis. (Foto: Jéssica Ferndandes)
Levi é o responsável por criar a mini casa com itens recicláveis. (Foto: Jéssica Ferndandes)

Apesar de explicar uma das fontes de inspiração da mini casa, Levi não detalha o porquê do capítulo ter mudado ele. Contudo, o construtor comenta que somente nos últimos dois anos sentiu a necessidade de expressar os sentimentos relacionados à passagem bíblica.

“É o único momento onde tive a oportunidade de poder expressar aquilo que eu vinha guardando dentro de mim. Toda a vida lutei pra valer e cuidei daquilo que Deus colocou nos meus ombros. Sempre calado, sempre obedecendo até o ponto que Deus chega e fala: ‘Mostra o que você aprendeu”, diz.

Levi mostrou o que aprendeu usando objetos recicláveis. Para criar o telhado da casa, ele usou cano PVC meia polegada. Nas laterais estão dois pisos de tom escuro e acima deles, simulando o teto, o forro de PVC. A casa tem a base feita de concreto e o material é o mesmo que divide um andar do outro.

Escada cria acesso entre o primeiro andar e a cobertura da casa. (Foto: Marcos Maluf)
Escada cria acesso entre o primeiro andar e a cobertura da casa. (Foto: Marcos Maluf)

A estrutura conta com refletores de modo e duas hélices de ventiladores. Em torno dela tem mais canos por onde, segundo o morador, passa a água. Para completar tem o barco com o enfeite natalino e as escadas que ficam na lateral da casa. A obra é uma mistura de amarelo, verde, laranja e azul.

Para completar o significado, Levi relata que a casa é uma mistura dos lugares que visitou no interior do Estado, como Rio Verde e Miranda. “Passa tanta coisa pela minha cabeça dos vários lugares onde andei. Então a cada monumento que via, isso ficou registrado na minha mente”, destaca.

Na maioria dos lugares onde visitou, ele estava na companhia da família. Na infância, Levi via o pai que era pastor desempenhar um trabalho missionário nos municípios. “Eu tive um pai e uma mãe lutador. Meu pai teve o entusiasmo de ter uma briga com Deus, então Deus mandava ele para lá e para cá. Eu cresci dessa maneira”, esclarece.

Barco de madeira tem enfeite natalino de decoração. (Foto: Marcos Maluf)
Barco de madeira tem enfeite natalino de decoração. (Foto: Marcos Maluf)

Com o pai, Levi aprendeu sobre carpintaria e na fase adulta trabalhou na área da panificação e construção. Hoje, ele não trabalha mais com nenhuma das duas opções. Apesar disso, Levi cria peças para vender. Durante a entrevista, o morador estava fazendo uma lixeira com madeira.

Sobre a curiosidade das pessoas com a casa que montou, Levi diz que sempre é questionado por estranhos. No final da conversa, ele declara que a obra é resultado da própria existência.

“As pessoas chegam e perguntam: ‘Qual é sua intenção? O que motivou?’ Eu acho que a pessoa desde que nasce entra numa guerra. Então há uma vida inteira nisso aqui”, conclui.

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