Longe de casa, Jéssica pintou a saudade de MS nas ruas de Floripa
Em Santa Catarina, grafites feitos por campo-grandense são recortes de MS no sul do País
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Quase 1.300 quilômetros separam Campo Grande de Florianópolis, foi essa a distância percorrida pela artista Jéssica de Almeida há 3 anos, quando decidiu deixar Mato Grosso do Sul para tentar a vida em Santa Catarina.
Na bagagem, além da gatinha de estimação e parceira de aventura, o propósito de fazer com que as coisas dessem certo foi companheiro de viagem da sul-mato-grossense, que eternizou o amor por Campo Grande em desenhos grafitados pelas ruas da capital sulista.
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Em um painel de 300 metros quadrados, posicionado entre a Praia Mole e Barra da Lagoa, o desenho de uma arara-vermelha é um recorte de Mato Grosso do Sul. Segundo Jéssica, uma inspiração da época em que ela morava por aqui. O muro é propriedade da empresa de saneamento de Florianópolis, que contratou a artista para um serviço de revitalização.
"Eles disseram que o tema era botânica e a primeira coisa que me veio à cabeça foi a arara. É uma lembrança que tenho de Campo Grande, sempre via no bairro em que minha avó morava. A arara é um animal lindo, chama atenção e não é comum por aqui. Vejo como um resgate da minha essência, pois fala de onde eu vim", conta.
Antes do painel tipicamente sul-mato-grossense, a artista já havia feito outros trabalhos para a empresa de saneamento. As obras anteriores homenageiam a arte das mulheres rendeiras, a pesca e até uma ave típica de Santa Catarina. Parte de uma campanha de conscientização, Jéssica também alertou em forma de grafite sobre os riscos do descarte irregular de lixo.
Por causa do trabalho bem feito e da arte que impressiona, novas parcerias já estão a caminho. "Não esperava e nem se passava pela minha cabeça que um dia tudo isso iria acontecer. É gratificante ver que estou alcançando meu espaço, criando e fortalecendo a cultura do grafite, que ainda é tão banalizada e discriminação", afirma.
Autodidata, Jéssica começou a desenhar ainda criança, inspirada pelo avô que desenhava projetos de arquitetura. Com 14 anos já pintava personagens, fazia arte para camisetas e dava os primeiros passos no universo grafiteiro, paixão que ficou adormecida por um tempo. "Eu parei até 2021, quando tive novamente o contato com o grafite em um evento que aconteceu em Campo Grande" detalha.
Nesse meio tempo, a jovem começou a trabalhar como tatuadora e foi influenciada por amigos para se mudar para Floripa. A decisão da mudança foi uma tentativa, que deu certo, de mostrar a arte para mais pessoas. Hoje, aos 26 anos, Jéssica já participou de competições e até viajou para o Piauí para mostrar sua arte em um campeonato.
"Eu gosto muito de Campo Grande, mas vim para cá na cara e na coragem tentar mostrar meu trabalho. Toda minha família ficou, mas meus pais me deram todo apoio e suporte", finaliza.
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