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Comportamento

Mulher trans e mãe de santo, Sandra deixou "legado de amor"

Sandra Espinelli, umas das pioneiras da militância LGBT, morreu aos 43 anos em Três Lagoas vítima do coronavírus

Lucas Mamédio | 20/09/2020 10:41
Sandra morreu aos 43 anos, vítima de coronavírus (Foto: Arquivo Pessoal)
Sandra morreu aos 43 anos, vítima de coronavírus (Foto: Arquivo Pessoal)

Sandra Espinelli, uma mulher, uma mulher trans, e mãe de santo, praticante do axé candomblé. Ela morreu aos 43 anos de idade em Três Lagoas, no leste do Estado, no último dia 13 de setembro, vítima do coronavírus.

Sua amiga, Paula Martinelly Ribeiro, lamentou numa postagem no Facebook a morte da companheira que a acolheu quanto chegou na cidade.

“Assim Deus quis mesmo em meio ao meu GRITO POR MISERICÓRDIA. Agradeço aos que torceram positivamente. Sandra era uma trans religiosa e dedicada ao seu axé, mas nos deixa aos 43 anos de idade com profundas dores e pesar nos nossos coração. Sandra e eu era uma irmandade de amor, carinho, respeito, discussões pq faz parte mas também minha profunda gratidão por aquela em que me fez acreditar no meu potencial”.

Paula, também um mulher trans, lembra fa trajetória da amiga, que segundo ela, possuía a dádiva da caridade e foi uma das pioneiras da militância LGBTQI+ em Três Lagoas. “Ela era uma cidadã honesta e que seu objetivo não era ser rica pois sim almejava o bem estar das pessoas como sacerdotisa, era pobre, morreu pobre”, diz Paula.

Sandra e Paula foram amigas durante 12 anos (Foto: Arquivo PEssoal)
Sandra e Paula foram amigas durante 12 anos (Foto: Arquivo PEssoal)

Paula conta que quando chegou em Três Lagoas, há 12 anos, teve apoio de uma única pessoa para começar a trabalhar; foi o apoio de Sandra.

“Ela foi a única que me estendeu a mão 12 anos atrás quando migrei para a cidade de Três Lagoas. Quando finquei raízes aqui, todas as transexuais me repudiavam. Sempre tem essa questão dos pontos, do território mesmo”, lembra Paula.

A doença veio como um raio destruidor na vida de Sandra. Ela ficou 16 dias entubada e, ao fim, teve uma parada cardiorrespiratória respiratória e se foi.

“Não deu tempo pra mais nada. A doença veio de uma forma arrasadora. Levando ela da gente”, lamenta Paula.

Sandra não deixou filhos biológicos, mas deixou vários filhos de consideração, e Paula foi um deles. “Ela só nos ensinou a amar o próximo passo incondicionalmente. A não achar que dinheiro é tudo na vida, e sim o amor”.

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