Nem espera de 26 anos fez casal esquecer amor de uma semana

Foram necessários 26 anos de espera até que Alberto José do Carmo e Adriana da Silva Vieira se reencontrassem para retomar um namoro que começou em 1996. Apesar de terem construído família com outras pessoas neste tempo, os dois nunca se esqueceram e, hoje, se reencontraram.

Decidido a retomar a história, o agricultor saiu de São Paulo apenas com a passagem de ida nas mãos e ansiedade se espalhando pelo corpo. Assim como o companheiro, Adriana foi tomada pelo nervosismo e nem conseguiu dormir direito.

Enquanto o voo estava marcado para chegar às 7h30min em Campo Grande, ela entrou no aeroporto às 5h40min, mas já estava preparada desde às 3h. Esperando por Alberto, não conseguia tirar os olhos do relógio.

Ainda são 6h30min, essa hora não passa, diz Adriana.

Apesar de ter mantido Alberto na memória durante quase três décadas, Adriana sentiu que as últimas 24 horas demoraram ainda mais. Depois de se encontrarem através da internet no ano passado, o casal começou a namorar à distância, mas conseguiram se abraçar apenas hoje.

Com alegria que nem conseguiam explicar, o encontro deixou os dois quase sem palavras, já que só conseguiam se abraçar. Quase sem acreditar que aquele momento era real.

Retomando a história, eles explicam que tudo começou quando os dois moravam em Alagoas  e, depois de namorar por uma semana, os rumos do relacionamento não tiveram final feliz. “Ele foi embora para São Paulo e combinei de ir ao encontro dele para morarmos juntos, mas nunca fui”, conta Adriana.

A agricultora, que hoje mora em Corguinho, explica que antes do namoro, os dois se conheceram quando ela estava em seu primeiro casamento. Por viver um relacionamento abusivo, ela se separou e, três anos depois, Adriana e Alberto viveram o amor presencial de uma semana.

Quando Alberto se mudou para São Paulo, Adriana ainda tentou manter o contato, mas foi desanimando aos poucos. “Naquela época não tinha meio de comunicação fácil, era só carta e telefone. Eu ia no orelhão que tinha em Santana de Ipanema e não conseguia conversar com ele. Todas as vezes que eu ligava não dava certo”.

Desde então, o casal se afastou, cada um se relacionou com pessoas diferentes, construíram famílias, tiveram filhos, mas mantiveram as memórias de 1996 vivas. Lembrando exatamente do dia em que recebeu a mensagem de Alberto, Adriana conta que nem acreditou.

Se passaram muitos anos e nunca mais nos vimos, não sabia onde ele morava, onde vivia. No dia 31 de junho do ano passado, eu estava na casa da minha mãe em Corguinho e era uma noite bem fria. Eu estava cortando lenha para fazer um caldo e minhas filhas falaram “mãe, tem uma mensagem para você aqui. Era o Alberto, Adriana relembra.

Os dois voltaram a conversar e não tiveram dúvidas de que o namoro prometido finalmente deveria continuar. Com Adriana morando em Mato Grosso do Sul e Alberto em São Paulo, desta vez a Internet ajudou, mas decidiram que o encontro presencial precisava acontecer.

Adriana explica que tentou ir para São Paulo desde o ano passado, mas as rotinas não conseguiam se encaixar. Até que hoje, finalmente, o reencontro aconteceu em Campo Grande.

“Para mim foi uma das melhores coisas que aconteceram, a gente ter essa oportunidade de se encontrar de novo”, conta Alberto.

Passagem sem volta

Tendo comprado apenas a passagem de vinda para Campo Grande, Alberto explica que os dois irão conversar para decidir sobre como será o futuro. Ao mesmo tempo em que estava ansioso para vir, ele conta que agora é o momento de ter calma para que tudo dê certo.

Sobre o caminho até agora, os dois contam que conseguiram manter o relacionamento à distância, mas que os dias seguintes ainda são incógnitas.

“Nós dois moramos em chácara, ele e eu gostamos do mato. Ele é meu grande amor, nunca esqueci dele. Não sei o que me fez querer tanto ele, só sei que é algo muito forte que não esquecemos. Você fica lembrando, quer saber como está, onde anda, não sei explicar”, Adriana detalha.

Sem nem tentar esconder a felicidade, os dois não desgrudaram desde o desembarque de Alberto e, completando sobre as sensações, Adriana narra que não há idade para sentir o amor verdadeiro.

“Não existe idade para essa ansiedade boa, que desperta seu sono e te deixa com uma energia boa. Dentro de mim eu tinha certeza que um dia nos reencontraríamos, nunca perdi essa esperança”, ela diz.

E, se despedindo da reportagem para, finalmente, continuar a história que mais parece filme, Alberto abraçou a namorado e disse: “bora, meu amor. Você que me conduz”.

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