Para amigas, troca de presentes foi como abraço após 9 meses longe
Tradição do amigo oculto foi o que salvou um grupo de mulheres de quase ficarem sem se ver o ano inteiro – tudo no esquema virtual
Após quase um ano sem se encontrarem presencialmente, foi por meio de um amigo oculto virtual que a tradição de 6 amigas continuou de pé. A troca de presentes era o que menos importava, uma "desculpa" que precisavam para marcar a chamada de vídeo neste final de ano. Naqueles minutos que se reencontraram, a distância encurtou e a saudade deu uma trégua.
"Achei que foi bem melhor do que esperava! Eu sou aquele tipo de pessoa que gosta muito do contato com o outro, do olho no olho, sabe? Mas acabou que pudemos conversar, dizer uma a outra o que estávamos sentindo e até, mesmo que por um breve momento, se rever", disse Mayara Martins de Souza Caldeira, a jornalista de 33 anos.
Assim como ela, todas do grupo também são formadas na mesma profissão, mesmo que atualmente algumas não seguiram carreira. Mayara, Ana Paula, Aline, Cláudia, Mariana e Paulinha se conheceram na época que eram estagiárias em uma emissora da Capital, cada uma com sua atividade na empresa. Desde então, formaram um laço que ultrapassa os anos.
Cada uma trilhou seu próprio caminho. Teve quem casou, se separou, teve filho, formou família. Quase todas mudaram de endereço, algumas de emprego e outras até de profissão. Passaram por alegrias e tristezas. Na correria do dia a dia, do passar dos meses, sempre combinavam alguma ocasião pra colocar o papo em dia. Desde 2013, uma coisa é certa: o amigo oculto ao final do ano não poderia faltar – mesmo que seja bem no meio de uma pandemia. O jeito foi aderir ao encontro virtual, no conforto, comodidade e segurança de suas casas.
"A gente se reconectou e é isso é o que importa. Celebrar esse carinho, cuidado e admiração que temos umas pelas outras. Amizade é isso, é ter reciprocidade apesar das dificuldades. Estamos sempre colocando o 'bonde' pra cima! Mandando energias positivas e bons pensamentos", garante Mayara.
No grupo de WhatsApp – "musas do Jornalismo" – foi a empresária Aline Queiroz, de 39 anos, quem sugeriu o formato do evento. Foi difícil ajustar a data e o horário devido às responsabilidades no trabalho e até compromissos do dia. Para se ter uma ideia, Mayara estava em jantar com o marido e os filhos no momento da videochamada.
"Simplesmente coloquei o fone de um lado do ouvido e fui mandando áudio quando podia. Apesar de não ter tido aquele tempo só pra mim, foi super favorável e até deu um calor no coração", opina.
Assim como Mayara, para ela acabou tudo dando certo porque "o que valeu foi o carinho". "Fiz questão de não desistir da celebração. O ano foi muito desafiador e eu senti que as pessoas estão cansadas disso tudo, por isso, insisti muito em manter nossa brincadeira em comum", afirmou.
Por mais que ela tenha sido a "cabeça", Aline acabou confundindo as datas e quase que ela mesmo não participou do amigo oculto. "Ainda bem que eu havia comprado o presente! Quando percebi o erro, peguei o carro e sai para entregar rapidinho o presente da Mari. Voltei para casa, tomei um banho e coloquei um pijamão", confessa Aline.
"Neste ano aprendemos muito sobre a falta que a presença nos faz, não é? O presente foi um simbolismo de mostrar que estávamos "presentes" ali, mesmo que virtualmente. Uma das musas disse que não estava muito no clima. Ela acabou ganhando um vídeo tão emocionante que eu tenho a certeza de que isso fez o dia dela melhor. O nosso também".
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