Produtora com time de mulheres trans quer balançar a cena cultural
O que acontece quando mulheres trans e cis, além de homens cis,se juntam para fazer arte?
Em Campo Grande, a Reff Produções tem três mulheres trans na equipe. No grupo total, a galera tem diferentes estilos, personalidades, gostos e talentos, o que criou uma atmosfera bem “yin-yang”, o que é a melhor parte diz a dona da produtora, Mariana Rocha, 21 anos.
Em entrevista ao Lado B, a jovem contou que a formação do time ocorreu de forma aleatória e sem intenção de trabalhar exclusivamente com esse público. Diferente de algumas empresas que costumam abrir vagas direcionadas, por exemplo, para mães solos, negros ou PcD (Pessoa com Deficiência).
Mariana comenta que os critérios de contratação se basearam no que ela acreditava ser o melhor para o negócio. “Não foi para atingir percentuais ou alguma cota e sim por capacidade profissional. São pessoas que trabalham bem, com perfis diferentes, então escolhi por isso, não foi algo planejado”, explica.
Além dela, integram o time da produtora a Isa Geabra (responsável pela pós-produção), Pedrê (diretor de fotografia), Lua Souza (roteirização), Meri Ju Silva (assistente de produção), Bell Barbosa (direção de arte), Oh Shit Beca (color grading) e o Luís Salgado (assistente de produção).
Juntos, esse pessoal faz de tudo como produção de videoclipe, vídeos institucionais, conteúdo para Instagram e produção de visualizer gifs. A produtora, que começou em janeiro deste ano, assinou a direção de clipes para alguns artistas de Mato Grosso do Sul.
O conteúdo audiovisual é focado em músicas do mundo do rap, trap, funk, hip hop, porém, a proprietária jura que aceita qualquer desafio independente do estilo musical. “O objetivo é pegar todos os públicos que querem pensar em uma obra audiovisual. O nosso diferencial é que a gente trabalha na pré-produção, então somos cuidadosos, detalhistas, pensamos em cada cenário e luz”, afirma.
E qual é a da galera?
Mariana revela que cada membro da equipe tem um jeitinho singular que acaba compondo o que falta no outro e vice-versa. “A Bell é do lado sério da força, bem detalhista, vê cada buraquinho na parede. A Meri é drag queen, então ela é bem artística, tem esse senso de direção, é a segunda pessoa mais importante no site”, revela.
De acordo com a jovem, o diretor de fotografia tem a “vibe” mais concentrada. “É uma pessoa comprometida com a magia do cinema, ele analisa o que é melhor, traduz as nossas atmosferas”, conta.
Já a Lua, responsável pelos roteiros, é descrita como uma das mais engraçadas. “Ela é descontraída, ajuda a dar uma equilibrada e sempre se prontifica a fazer o que for necessário”, diz.
Antes da empresa, a Mariana já trabalhava com a Isa e as duas já assinaram produções juntas. “Fazíamos muita coisa experimental. É uma pessoa muito dedicada, que veste a camisa de todos os projetos”, fala.
Por enquanto, a produtora atua só na Capital, mas a Mariana sonha em expandir o negócio para outros estados. “Em São Paulo eu já tô montando uma equipe também para pegar os artistas de lá”, conclui.
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