Rosana ganhou 1ª moto aos 10 anos e virou “Musa” viajando pelo País
Ela também já viajou por quatro países em cima de moto esportiva
A paulistana Rosana Costa descobriu a paixão pelo motociclismo quando o pai a levava para passeios na garupa da moto. Aos 59 anos, ela já rodou o Brasil e países da América-Latina na companhia da Suzuki Hayabusa. Conhecida como ‘Musa’ por motociclistas, Rosana segue pilotando e colecionando histórias que pretende contar na velhice.
Morando em Campo Grande desde os 10 anos, ela conta que o interesse pela prática surgiu por influência da família. Rosana guarda com carinho as primeiras lembranças vivenciadas numa moto.
“A minha paixão pelo motociclismo vem do sangue. Meu pai era motociclista, corria em Interlagos e sempre com moto esportiva. Eu devia ter três, quatro anos, lembro que quando escutava o ronco corria até o começo da rua. Ele me colocava no tanque e vínhamos nesse trajeto. Ele me levava para Santos também, então cada vez foi solidificando mais essa paixão”, recorda.
Motociclista há 49 anos, Rosana aprendeu a pilotar cedo e com 10 anos tinha ganhado a primeira moto. Optando sempre pelo modelo esportivo, como o pai, ela aos poucos aumentou as cilindradas do meio de transporte indo da 50 para 1300 cilindradas.
Com quatro diferentes Hayabusas 1340 cilindradas, apelidadas de Azulona, Branca de Neve, Arara Azul e a atual Fênix, a motociclista rodou o Brasil e só não conhece ainda as capitais dos estados de Tocantins, Ceará, Pará e Piauí. Entre os destinos internacionais estão Peru, Paraguai, Bolívia e Venezuela.
O último país, segundo ela, foi o longe que visitou com o apoio da moto. Na época, Rosana saiu de Campo Grande e ficou dias dentro de um barco para conseguir chegar ao destino final.
Ela relata parte dessa experiência. "Embarquei a moto na balsa Rita Vieira e pernoitei cinco noites dormindo em rede. Foi uma experiência incrível conhecendo os cenários do Rio Madeira. Chegando em Manaus fiz Roraima e fui até a Venezuela. Retornei a Roraima, Porto Velho, fui para o Acre e do Acre ao Peru”, diz.
A paixão dela pelo motociclismo ganhou as páginas de incontáveis revistas. “Sai em 12 reportagens alguns dos apelidos que as revistas me deram foi Estrela Solitária pelo fato de viajar sozinha e Amazonas de Asas do Pantanal, que gostei demais”, ressalta.
Rosana conta que influenciou diversas mulheres a começarem no meio. Esse apoio também rendeu outro apelido. “Já participei das Ladies Of The Road, as Marruás e foi algo muito marcante. Na época, a presidente do clube carinhosamente me chamou de Musa. Ela nem pensava em ser motociclista, via eu nos lugares e ficava admirada. Então, ficou esse título Musa para algumas motociclistas”, recorda.
Por essas e outras razões, ela fica feliz em acompanhar o motociclismo feminino crescer. Seguindo o lema ‘devagar e sempre’, Rosana celebra o fato de nunca ter sofrido nenhum mal em cima da Hayabusa. “São 49 anos de motociclismo. É uma quantidade de tempo significativa. Agradeço a Deus, porque nunca tive nenhum acidente”, destaca.
Servidora aposentada da Agepen, a motociclista revela que a moto era uma válvula de escape. “Quando eu trabalhava no presídio e na delegacia da mulher eu precisava ter uma forma de canalizar toda aquela tensão. A maioria das pessoas que tem moto por hobby fazem isso, a estrada, o mundo em duas rodas, o vento na cara proporciona isso”, comenta.
Seja viajando longas distâncias, fazendo um bate e volta sozinha ou com amigos, Rosana garante que o importante é fazer de cada momento com a moto algo a ser lembrado. “Eu acho muito interessante participar de motoclubes para quem quer somar, fazer de cada passeio algo inesquecível, porque o que fica dessa vida também são as histórias que temos para contar na velhice”, pontua.
Hoje, ela vive em Corguinho (MS) e administra a Pousada Paraíso, que já foi matéria no Lado B. Devido ao trabalho, ela faz viagens mais curtas, porém planeja voltar a pegar a estrada e cumprir com o objetivo de conhecer as quatro capitais que faltam para fechar o mapa do Brasil.
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