A 132 km da Capital, 1ª vinícola de MS vai unir sabor exclusivo ao turismo
O empresário Gilmar França diz que vai produzir vinho com identidade pantaneira
Mato Grosso do Sul também pode ser terra de vinícola. O projeto Terroir Pantanal Wine & Beer pretende não só produzir, como trazer o enoturismo para o Estado. O projeto é ambicioso. Além de vinho, a ideia é fazer cerveja artesanal e oferecer opções de lazer, como andar a cavalo e de triciclo.
A vinícola, ainda em fase de implantação, ficará em Camisão, distrito de Aquidauana, distante aproximadamente 132 quilômetros de Campo Grande. O projeto é do proprietário Gilmar França, de 48 anos. “Acredito que muitas pessoas gostam muito de vinho. A minha paixão, no caso, foi um pouco além”, se diverte.
Gilmar é natural de Goiás, mas já vive em Mato Grosso do Sul desde 1990. Também se diz apaixonado pela região de Camisão. A ideia de criar uma vinícola no interior do Estado surgiu durante uma viagem à Toscana, na Itália.
“Fiquei uma temporada na Toscana e lá, tive a oportunidade de conhecer também pequenas produções. Ali que o sonho começou a realmente se concretizar. A partir de então, viajei para vários lugares de cultivo de vinho, tanto os clássicos, como as regiões francesas, Chile e Argentina, quanto também lugares mais inusitados, como uma vinícola no Deserto do Atacama”, explica.
Gilmar também passou a estudar e pesquisar tudo o que podia sobre o assunto. Descobriu, por exemplo, que para conseguir viabilizar o cultivo na região, seria necessária uma tecnologia diferente.
“Conheci a maneira de cultivo chamada vinho de inverno ou de dupla poda. Basicamente, se inverte o período de plantio e de colheita. Ao redor do mundo, a uva começa maturar no final do ano, que é um momento de amplitude térmica, ou seja, sol durante o dia e frio à noite, e ausência de água. Nessa época, isso aqui seria um desastre, então, o período em que a uva é plantada aqui é em julho, para que ela possa estar pronta para a colheita no inverno seguinte”, ensina.
As mudas das videiras são importadas da Itália e chegam em solo brasileiro depois de um ano de preparo para maior resistência. A previsão é que no inverno de 2022, já tenha uma colheita, mesmo que ainda não tão expressiva.
O local terá uvas syrah, chenin blanc, cabernet sauvignon, sauvignon blanc, marselan e uvas de mesa, de acordo com o empresário.
“Haverá produção de tintos e espumantes, mas também é para ser um local com várias opções de lazer, um roteiro de enoturismo”, reforça.
O cenário, mesmo sem as parreiras, já é incrível com o Morro do Chapéu ao fundo. Por isso, a aposta no enoturismo com direito a experimentar a produção local. “Terá espaço para as pessoas poderem fazer passeios de bicicleta, trilhas, degustação, piquenique, tudo dentro do turismo sustentável”, comenta.
Gilmar também reforça que os vinhos trarão a identidade pantaneira.
“Esse projeto inédito está sendo feito com muito profissionalismo. Contratei um consultor chileno que hoje, vive no Brasil, é toda uma equipe de pessoas envolvidas. Os vinhos terão essa identidade do Pantanal, a simplicidade com a riqueza cultural da região”, garante.
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