Comilões encerram com chave de ouro última competição do tipo
O desafio era comer em cinco minutos o que conseguisse de sobá. Cada porção continha 800g do alimento e para dar uma ‘forcinha’ para que a comida descesse, um copo de água à frente de cada candidato. A última edição do Comilão do Sobá na Feira Central mostrou que “água mole em pedra dura...” Isso porque os dois primeiros colocados vinham disputando o ranking de classificados há dois anos.
“Tanto bate até que fura”, continua com o ditado o maior comilão de sobá, Alexander Rocha. Depois de comer 2,735kg, era ele quem levava pra casa R$ 1 mil no bolso. “Nas duas últimas vezes eu fiquei em segundo lugar, foi dessa vez. O segredo é comer devagar. Por incrível que pareça meia hora antes eu comi dois salgados, uma coca e um sorvete aqui na feira”, contou. Parece que o segredo também está no estômago forrado.
Foram 26 participantes divididos em três baterias de prova e muita gente em volta assistindo eles devorarem a comida. A gente se pergunta o que leva as pessoas a acompanharem e até torcer para o melhor comilão? O ganhador tem a resposta. “Na verdade o brasileiro gosta e tem vontade de comer bem”.
Alex, como prefere ser chamado, disse que já foi gordo. Dos 170 kg que pesou, hoje restaram 74 e muita prática de exercício físico. “Sempre tive o hábito de comer bem, então vai dilatando o estômago. Como várias porções de hora em hora. Encerrei com chave de ouro, infelizmente”, finaliza.
Nesse domingo, Mato Grosso do Sul pode ter visto de perto a última competição de comida e bebida. O projeto de lei, do deputado estadual Pedro Kemp (PT), que já foi aprovado em primeira e deve ir a segunda votação na Assembleia neste ano, proíbe a realização de competições que promovam a ingestão de alimentos e bebidas em Mato Grosso do Sul. O projeto surgiu após a morte de Luana Priscyla Fernandes, 21anos, que faleceu depois de participar de uma competição de tereré no dia 29 de abril.
Crentes de que iriam levar também o título na Capital, o casal de comilões de ovos, do Festival de Terenos, veio a Campo Grande. Na edição do ano passado ele, Rosevaldo Lopes Duarte, 34 anos, comeu 32 ovos e a esposa Aline Raquel, de 30, comeu 19. Desta vez a competição já caiu pelo projeto de lei.
“Esse ano não teve e eu fiquei muito triste, tinha que ter limite de tempo, é só isso. Na verdade hoje eu não queria participar, estou fazendo regime. Agora é esperar aparecer outro concurso e o pessoal liberar. Pra ganhar não tem segredo não, é só ter apetite”, defende.
O marido não ficou nem entre os três primeiros colocados. Rosevaldo justificou a ‘falha’ dizendo que não se acertou com a cebolinha. “Eu sabia que ia ser mais difícil. Comi duas daquelas, mas não desceu legal. Fui comendo e a cebolinha queria voltar por toda lei”, completa.
Ele diz que tem esperança em voltar a continuar a competir, o motivo? “Participo desde moleque de competições e gosto de comer”.