Donos de fuscas planejam a 1ª viagem internacional, mas com mecânico a tiracolo
O Lado B deu a dica e a “Confraria do Fusca” viaja no dia 28 de fevereiro rumo a Assunção, no Paraguai, para curtir o Carnaval em ritmo de polca. Serão 25 carros, que vão percorrer os mais de 800 quilômetros que separam Campo Grande da capital do país vizinho
Os carros sairão da Capital e vão para Ponta Porã, onde devem ganhar a companhia de mais fuscas, vindos de Ivinhema e Dourados. A volta está prevista para o dia 2 de março, Quarta-Feira de Cinzas. Mas ainda tem lugar praa mais gente interessada em se canditar.
A ideia da viagem foi do presidente do grupo, Jeferson Marques, que topou a aventura, junto à filha, Maria Luísa, de 11 anos. “Temos de fazer com o que o carro rode”, explica ele, então, uma vez por mês, o grupo faz as malas e viaja, mas sempre em cidades próximas. "Será a primeira aventura internacional", brinca.
Além de pegar a estrada em um fusca, Jeferson também explica que a vontade é fazer um grande encontro com os grupos de automóveis da “Volks” que existem no Paraguai.
Ainda temerosos com a viagem, tida como arriscada por conta da cobrança de propina por policiais, eles até pediram ajuda à embaixada do Paraguai em Campo Grande, para assegurar que a entrada e permanência no País seja tranquila.
Jeferson conta que teve medo de ter complicações, já que tanta gente fala mal. “Ouvimos muito boatos e isso dá medo, mas estamos confiantes e vamos”.
A Confraria também já tratou de pegar informações aqui e ali para evitar qualquer transtorno e vai providenciar uma espécie de "manual" para que todos os itens de segurança cobrados pelas autoridades de trânsito do Paraguai estejam em cada um dos fuscas que vão participar de caravana, como 2 triângulos, kit de primeiros socorros e até corda de reboque.
A estrada que leva até Assunção é boa. Viajar de fusca também não deve ser tão complicado porque o percurso é curto. O problema é a falta de ar-condicionado, comenta Jeferson que improvisou instalando um ventilador no carro.
Na turma, Paulo Silveira, 64 anos, tem o único fusca do grupo com o privilégio do ar-condicionado, mas perde ainda mais potência por conta disso. “Para ultrapassar tem que desligar o ar, pegar embalo, mas viajar sem não dá”, afirma.
“Não é confortável e nem econômico”, admite Jeferson. A velocidade do fusca em rodovia varia de 10 a 80 km e sempre um mecânico segue junto porque um ou outro dá problema.
O responsável pela tarefa é Critiano Heleno da Silva, de 40 anos. Com ele, além das bagagens, segue sempre o “kit socorro” de fusca. “Se eu não for ninguém vai”, brinca.
O mecânico garante que o carro aguenta, mas por via das dúvidas, vai levar bobina, bomba, correia, para resolver problemas mais comuns em fuscas. Se o problema for mais grave, explica, a solução é chamar um guincho ou colocar na corda até a cidade mais próxima. “Mas isso já é planejado na hora de decidir o roteiro”.