Por R$ 5, paredão de funk vira festa paralela ao Carnaval de bloco
Festa privativa só tocava funk e cliente tinha banheiros e bar à disposição, pertinho da Esplanada
Se tem algo que o Carnaval prova todos os anos, é que a folia é democrática e para todos os gostos. Em Campo Grande, enquanto os blocos tradicionais arrastam multidões à Esplanada Ferroviária, ao som de axé, marchinhas e hits do momento, o paredão de funk também ganhou espaço dentro da folia.
Caixas de som potentes e público fiel, o estilo se firmou como uma alternativa popular e acessível de 'role'. Por apenas R$ 5, foliões puderam entrar em uma festa privativa, montada em um terreno metros à frente do palco principal do Capivara Blasé, que saiu às ruas neste domingo.
O som não parava e a estrutura oferecia vantagens como banheiros exclusivos. E quem acha que paredão é só som alto, se engana: a proposta teve estrutura de balada. "A mesma estrutura que um palco tem, o paredão também tem. Entrada para microfone, DJ, jogo de luz. E ele chama mais atenção porque a potência do som é muito mais forte", explica Deivid Campo Escobar, empresário do ramo de aparelhagem de som e um dos organizadores da festa.
Maria Eduarda Feitosa, de 18 anos, sempre gostou de festas de paredão e viu no Carnaval a oportunidade perfeita para curtir seu estilo musical favorito. "Eu amo muito! Acho lindo e inovador. Quando vi que teria paredão no Carnaval, não tive dúvida de onde ia estar", conta.
E o Carnaval de 2025 mostrou que o funk tem um público fiel na cidade e que não precisa ficar à margem da festa. "O pessoal chega animado, dá um gás diferente, um ritmo novo para o Carnaval. Tem espaço pra todo mundo", comenta Stefany Coelho, que também escolheu curtir o feriado ao som das batidas do paredão.
O paredão não foi só uma opção para quem quis fugir do repertório tradicional do Carnaval, mas também uma maneira de fortalecer a presença do funk na cena cultural de Campo Grande. O DJ Catter, que trabalha há mais de um ano em eventos do gênero, destaca que a aceitação do público cresce, mas ainda enfrenta barreiras.
"Muita gente ainda tem preconceito e quer cortar o rolê. A gente só quer tocar música, fazer o povo se mexer e mostrar nosso trabalho", afirma.
A cena funk na cidade já foi mais forte, mas segundo o DJ, vem enfrentando dificuldades. “Tem muita tabacaria fechando, muita restrição com volume de som. Isso tudo vai desanimando. Mas trazer o paredão pro Carnaval foi uma forma de mostrar que o funk tem seu público e seu espaço", completa.
A ideia de um espaço exclusivo para o funk não só atraiu os fãs do ritmo, mas também movimentou o evento. “O paredão chama público, o público consome no bar, e o evento se paga. Todo mundo ganha", explica Deivid, reforçando que, além de ser uma alternativa cultural, o funk também tem seu peso econômico dentro da folia.
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