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Diversão

Prédio de 102 anos com ladrilhos originais vira point de festival

Ponto Bar valorizou arquitetura original no espaço, que garante esquenta e 'after' do Campão Cultural

Jéssica Fernandes | 11/10/2022 08:18
Bar oficial do festival está situado em prédio histórico da cidade. (Foto: Jéssica Fernandes)
Bar oficial do festival está situado em prédio histórico da cidade. (Foto: Jéssica Fernandes)

Na Rua Dr. Temístocles, o prédio com 102 anos de história virou ‘point’ para os campo-grandenses e turistas que prestigiam a 2ª edição do Festival Campão Cultural. Seja para o esquenta ou o famoso ‘after’ (pós-festa), o Ponto Bar abriu recentemente e nesses oito dias foi eleito como bar oficial do festival.

O espaço cultural localizado na região da Esplanada Ferroviária funciona com o horário especial das 18h à 00h para receber a galera. Nesta semana, a entrada no local é gratuita. Outro destaque especial é a promoção de esquenta onde a pessoa compra uma long neck e ganha mais uma.

O bar está situado no imóvel que representa a arquitetura do século passado. Para abrir as portas ao público, o proprietário Thallyson Perez, de 29 anos, preservou aspectos originais do prédio que após quase três anos abandonado volta a ganhar vida na Vila dos Ferroviários.

Ladrilhos são detalhes originais preservados no projeto do bar. (Foto: Kísie Ainoã)
Ladrilhos são detalhes originais preservados no projeto do bar. (Foto: Kísie Ainoã)

Tombado como patrimônio histórico da cidade, o prédio teve o projeto de restauração assinado pelos arquitetos Leonardo Santana e Fabrício Bergamasco. No espaço, o tradicional e o moderno se encontram e convergem.

O produtor cultural comenta sobre a iniciativa de utilizar o espaço como centro cultural. “Eu trabalho na noite há alguns anos, faço bastante eventos LGBTs e surgiu a oportunidade de ter um bar. O prédio estava parado e depois de meses de negociação conseguimos alugar. [...] A gente costuma falar que o Ponto é plural, estamos sempre em movimento. A ideia é apresentar uma nova proposta, a disposição do ambiente tá diferente e temos uma agenda como o karaokê que bomba”, fala.

Da fachada aos ladrilhos, os detalhes inspiraram a identidade visual do bar. Thallyson explica sobre esse processo e a inserção dos elementos artísticos. "Os ladrilhos são desde a primeira construção e do ladrilhos fomos puxando a identidade visual. Passados dois meses no projeto chegamos a tudo isso, a fachada e misturamos um pouco do artístico. Lá dentro tem várias obras de artistas visuais independentes”, fala.

Corredor foi decorado com mural composto de lambe-lambe. (Foto: Kísie Ainoã)
Corredor foi decorado com mural composto de lambe-lambe. (Foto: Kísie Ainoã)

No corredor que dá acesso ao banheiro, o público se depara com uma parede cheia de ilustrações impressas no lambe-lambe. A luz azul neon serve de contraste para as obras expostas no mural feito pelos artistas Igor Pena, Renato Oliveira, Léo Bueno e Abner.

“Todo o nosso staff é LGBT, damos oportunidade para duas meninas trans e isso é bom para se comunicar pela ótica social. É um resgate que a gente faz, a gente entende o quão difícil é para elas ter uma oportunidade de emprego”, afirma.

Do esquenta ao after - Para o pessoal aproveitar o esquenta e o after do Campão, a casa aposta em drinks autorais. É o que afirma a chefe do bar Sibellen Borges, de 31 anos. “Na inauguração do bar a gente trouxe uma produção muito forte que é o nosso xarope de maracujá que é nossa linha principal de drinks. Os nossos drinks autorais hoje são o Gin do Ponto e o Moscow do Ponto”, fala

Drink autoral, moscow é feito com xarope de maracujá e espuma de gengibre. (Foto: Kísie Ainoã)
Drink autoral, moscow é feito com xarope de maracujá e espuma de gengibre. (Foto: Kísie Ainoã)

O primeiro é feito com gengibre, xarope de maracujá, limão e gin, enquanto o segundo leva xarope de maracujá, espuma de gengibre e vodka. As bebidas custam de R$ 25 a R$ 32.

Ontem (10), a casa começou a lotar a partir das 18h30 com a chegada dos primeiros clientes que vieram para curtir o esquenta do show do Silva e Olodum. Entre os visitantes estava Isadora Rangel, de 24 anos, que chegou mais cedo para fazer o esquenta com os amigos.

Ela fala que o bar surgiu em boa hora, pois garante um ponto em comum para interagir com os amigos. “A gente estava precisando de um lugar que fosse acolhedor e ao mesmo tempo acessível. É sempre bom, porque sempre encontro meus amigos mesmo que eu venha sozinha”, diz.

Isadora comenta que bar facilita ponto de encontro com os amigos. (Foto: Kísie Ainoã)
Isadora comenta que bar facilita ponto de encontro com os amigos. (Foto: Kísie Ainoã)

Durante os dias de festival, segundo ela, fica mais fácil consumir as bebidas no bar do que durante as apresentações. “Eu vim justamente por isso, para o esquenta, porque depois fica impossível de fazer qualquer coisa, beber, porque o Campão fica muito cheio. Eu encontro todo mundo aqui e todo mundo vai pra lá”, fala.

Para Maria Rita, de 18 anos, o Campão foi uma oportunidade para conhecer o mais novo bar da cidade. Diferente do ano passado, ela fala que resolveu curtir a programação e aproveitar para ver de perto o bar oficial. “Na primeira edição eu não consegui comparecer, estava com muito medo do vírus, mas fiquei com muita vontade de vir. Neste ano, como a situação está melhor, pude vir”, comenta.

Através do Campão, Maria descobriu o bar que visitou pela 2ª vez. (Foto: Kísie Ainoã)
Através do Campão, Maria descobriu o bar que visitou pela 2ª vez. (Foto: Kísie Ainoã)

Pelo segundo dia consecutivo, ela visitou o Ponto. Para Maria, o mais interessante foi ver a galera animada. “Eu não conhecia o bar, ontem foi a primeira vez que vim e gostei muito. O pessoal estava super no esquenta, todo mundo aqui dança e eu achei isso super legal”, destaca.

Junto com Maria estava o grupo formado por oito amigos. Animados, a galera garantiu estar na expectativa pelos show dos próximos dias, sendo dois deles Ludmilla e BaianaSystem. Outra pessoa que gostou da proposta do espaço cultural foi Julia Monteiro, de 19 anos. “Eu conheci nesse ano, tô achando muito boa [ a programação]”, frisa.

Nos próximos dia de festival, a expectativa de público, conforme o proprietário, é que o bar recebe diariamente mil pessoas. A cada dia, a programação musical entra no clima da atração principal do Campão. Ontem (10), foi a vez de Olodum e Silva comporem a playlist do local.

Programação do espaço também agradou Júlia Monteiro. (Foto: Kísie Ainoã)
Programação do espaço também agradou Júlia Monteiro. (Foto: Kísie Ainoã)

O Ponto Bar está localizado na Rua Dr Temistócles, 103, Centro. O horário de funcionamento durante os próximos dias do festival é de 18h às 00h.

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