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Lado Rural

Safra de grãos do País deve ser recorde, com 15,8 milhões de toneladas a mais

Conab estima resultado total de 271,3 milhões de toneladas de grãos

Liana Feitosa | 08/06/2022 15:43
Lavoura de milho sendo colhida em Mato Grosso do Sul. (Foto: Arquivo)
Lavoura de milho sendo colhida em Mato Grosso do Sul. (Foto: Arquivo)

O Brasil deve produzir 6,2% a mais na safra 2021/22 do que no ciclo passado. O número representa estimativa de produção de 15,8 milhões de toneladas a mais, segundo o 9º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado nesta quarta-feira (8) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Com isso, o resultado total deve ser de 271,3 milhões de toneladas de grãos.

De acordo com o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, o órgão chegou a cogitar produção ainda maior no primeiro levantamento divulgado, com produção de 288,6 milhões de toneladas. “Mesmo com a redução na expectativa em 6,4%, os agricultores brasileiros serão responsáveis pela maior safra da série histórica. O bom desempenho ocorre mesmo em um ano em que as culturas de primeira safra, principalmente soja e milho, foram afetadas pelas condições climáticas adversas registradas na região Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul”, afirma.

Grão em destaque - O resultado da safra nesta temporada deve ser positivo devido à recuperação de 32,3% na produção de milho. A Companhia espera incremento de 45% na comparação com a safra 2020/2021, passando de 60,7 milhões de toneladas para 88 milhões de toneladas. A produção do cereal foi estável na safra de verão, alcançando cerca de 24,8 milhões de toneladas.

“No entanto, ainda precisamos acompanhar o desenvolvimento das lavouras, principalmente nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Nesses locais, a cultura se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima exerce grande influência no resultado final. Considerando a segunda safra, cerca de 25,5% do milho do país ainda está sob influência do clima”, pontua Sergio De Zen, diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab.

Ainda de acordo com o diretor, as lavouras de milho que já estão sendo colhidas têm apresentado bons rendimentos devido à semeadura realizada em período ideal. “A onda de frio, ocorrida em maio, formou geadas de maneira pontual no Paraná, Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais, o que não afetou a produtividade total. O desempenho das lavouras, inclusive, melhorou nos estados paranaense e sul-mato-grossense, devido ao bom regime hídrico”, avalia De Zen.

Outros grãos - No caso do algodão, as baixas temperaturas não trouxeram grande impacto na produção total e, assim, é esperado aumento de 19,3% na produção da pluma quando comparada com o ciclo 2020/21, com 2,81 milhões de toneladas.

Já no caso do feijão, o frio impactou a produtividade da 2ª safra, com destaque para a influência na variedade cores, com redução de 31,8% na produtividade, e preto com queda de 19,7%. Segundo o gerente de Acompanhamento de Safras, Rafael Fogaça, “com as condições climáticas desuniformes entre os estados produtores de feijão, variando entre estiagem e excesso de chuvas, o grão a ser colhido na 2ª safra pode ter a qualidade comprometida”.

No caso da soja e do arroz, a colheita está praticamente finalizada e a estimativa é de produção de 124,3 milhões de toneladas de soja produzidas, o que representa redução de 10,1% em relação à safra anterior. Já o arroz deve atingir produção de 10,6 milhões de toneladas, volume 9,9% inferior ao produzido no ciclo anterior.

O trigo, cujo plantio está em andamento, tem estimativa atual de produção de 8,4 milhões de toneladas, um novo recorde para o grão caso esse resultado se confirme.

Mato Grosso do Sul - A safra 2021/2022 de soja do Estado foi a menor dos últimos 5 anos, com produção de 8,6 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 34,6% na comparação com a safra anterior, que alcançou produção de 13,3 milhões de toneladas.

No caso do milho, o plantio foi finalizado em abril e a estimativa de produção é de 9,34 milhões de toneladas. Na safra passada, houve quebra de produção e foram colhidas pouco mais de 6 milhões de toneladas.

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